sexta-feira, 11 de maio de 2012

Capítulo 11 A Espanha e a Mesoamérica no século XVI-XIX:

Conteúdos
Espanha e Mesoamérica: Confronto de Civilizações e Religiões
1-     Visão mercantilista da Espanha no século XV-XIX
2- Divisão da população Azeteca depois da chegada de Cortez
3-     Área geográfica da Mesoamérica
4-     Situação política da Mesoamérica a partir da chegada de Hernán Cortez
5-     Religião dos povos da América Central ou Mesoamérica
5.1- Ometeotl e o Mto da criação
5.2- Outras classes de deuses
5.2.1- Divindades astrais
5.2.2- Divindades Terrestres
5.2.3- Divindades relacionadas com a terra e a agricultura
5.2.4- Divindades relacionadas com as necessidades e instintos humanos
5.2.5- Sorte do homem azeteca após a morte
6-     Recentes descobertas arqueológicas falam de Huitzilopochtli, o deus da guerra
7-     Ritos e sacrifícios
6.1- Na Cidade do México, no México
6.2- Em Xultún, na Guatmala
8- Leitura amena
9-     Duas Críticas do New York Times
10-       Crítica do The Houston Chronicle
11- Crítica de Mónica Maia
12- Emancipação dos povos da mesoamérica
13- Conclusão
14- Bibliografia

 Afirma-se frequentemente que, sob o ponto de vista económico e político, a Espanha dos séculos XV-XIX[1] erra uma metrópole mercantilista, porquanto as suas colónias da mesoamérica serviam, primordialmente, para serem exploradas e delas se retirarem rendimentos fabulosos Daí as leis exaradas e impostas pela metrópole visarem o lucro, fazendo parte deste plano, em primeiro lugar, a mineração, seguida da pecuária e da agricultura.

Com uma mão-de-obra barata normalmente providenciada pelos Indígenas e pelos escravos negros, estes sobretudo em Cuba, Jamaica Haiti e ilhas do Caraíbe e com a aplicação de um tratamento inter-humanos com um salário muito precário e uma alimentação de inferior qualidade, o erário real aumentava de dia para dia, enquanto os territórios subjugados eram escalpelizados e os seus filhos nativos violentados e escravizados.

A partir da chegada dos “conquistadores” à Mesoamérica, os nativos (Azetecas ou Mexicanos[2]) viram-se obrigados a ceder terreno aos brancos chegados de Espanha, surgindo, pouco depois, uma população que se dividia naturalmente em dois grandes e distintos grupos: os dominadores (brancos) e os dominados (não brancos).

a). Os dominadores (brancos) subdividiam-se, por sua vez, em outros dois grupo: os chapetones[3], também chamados Peninsulares ou, depreciativamente, Gachupín[4], que eram os brancos nascidos na Espanha e os Criollos, que, embora brancos e descendentes de espanhóis, tinham nascido já na América.

  • Os Chapetones por sua vez, formavam dois grupos distintos, porquanto aqueles que pertenciam à classe dos “conquistadores” ficaram sendo os primeiros administradores e representantes directos dos reis espanhóis desfrutando dos mais altos privilégios, enquanto abaixo deles e menos privilegiados se encontravam os outros espanhóis brancos que ocupavam os cargos públicos e menos honrosos. Os Chapetones, também chamados de Peninsulares, ocupavam os altos e rendosos cargos da administração política e eclesiática; proprietários de minas e fazendas. Os chapetones eram colonos nascidos na Espanha, porém, viviam na América, ocupavam os principais cargos administrativos, militares e religiosos
  • Os Criollos passaram a caracterizar-se pela riqueza, auferida a partir, não só da posse e exploração de extensas parcelas territoriais, mas também pela dedicação ao comércio pelo que se tornaram influentes na sociedade pela opulência e apetência para a instrução, podendo frequentar escolas e universidades. Estes, na exploração da agricultura e da pecuária serviam-se do saber e da força dos nativos e dos escravos.
  • e com muitos privilégios, embora inferiores aos dos chapetones; os criollos, ocupavam cargos inferiores aos dos capitães (chapetones), mas, devido à sua riqueza, amontoada à sombra da exploração do trabalho dos nativos, mestiços e escravos negros, cultivaram-se nas melhores universidades exteriores e, a pouco e pouco, passaram a constituir uma ameaça aos Chapetones e à coroa espanhola.
b). Os Dominados, por seu lado, subdividiam-se em indígenas, mestiços e escravos negro

  • Os Nativos por mais que oferecessem resistência activa ou passiva, terminavam sempre por ser obrigados a ceder o seu trabalho em troca de um pequeno salário que pudesse, de alguma forma, providenciar a sobrevivência própria e da sua família.
  • Os Mestiços eram aqueles que procediam do acasalamento natural ou do matrimónio entre brancos e indígenas ou negros. Normalmente não eram bem vistos por nenhuma parte, nem pelos brancos, nem pelos outros.
  • Os Escravos, normalmente negros procedentes de África através do negócio esclavagista, eram tratados com desumanidade e constituíam a classe mais desfavorecida e em nada beneficiada. Esta mão-de-obra, porém, era usualmente utilizada na falta de mão-de-obra indígena, o que acontecia, frequentemente, quando se dava a dizimação dos habitantes nativos[


Geograficamente a Mesoamérica pode definir-se como o conjunto de vários povos, formados por Cidades-estado, centro americanas, sobressaindo, evidentemente, o México e a Guatemala. O autor de Mitologias ameríndias-Mesoamérica, publicado em 31 de Março de 2011, pelo bloguista quartodejade[6] precisa esta definição com as seguintes palavras:

 “Esta parte do Novo Mundo tem uma história complexa de cidades-estado e “impérios”, comungando de um certo ritual e convenções calendarizadas estabelecidas em tempos remotos pré-colombianos. A sua força era suficiente para suplantar diferenças entre linguagens e culturas nativas da área: entre os nahua[7], que incluem os méxica e os toltecas das terras altas do México; os maias na Guatemala e Yucatão; e os intervenientes grupos otomanguan, mixtecas, zapotecas e otomi”.

Ao mesmo tempo que nos situa esses povos (México, a, Maya Lowlandi, ou Honduras, El Salvador, Guatemala, e Nicarágua) num mapa ilustrativo, o mesmo autor refere-se a

essa região como sendo o Centro Bibliográfico da América nativa pelo facto de aí terem sido encontrados “bibliotecas e códices, paginados em formato de acordeão, registando assuntos tão diversos como o timing dos rituais ou a ancestralidade de famílias poderosas”, sendo, na sua maioria, “pictográficos” ou glíficos, pois utilizam a escrita hieroglífica e relacionando-se com calendários complexos.

Se o seu sistema numérico era vigesimal e utilizavam dois calendários no ritual – o lunar com 260 dias e o solar com 365 dias, o seu alfabeto nativo ainda serve hoje “para apresentar maneiras de viver e pensar” e o “mito não é visto tanto como uma fantasia do “inconsciente”, como normalmente se acredita, não é apenas narrativa imaginativa, mas um capítulo social e filosófico”.


Quando Hernando Cortez chegou ao México a 13 de Agosto de 1521, este grande território era habitado e governado pelos Azetecas ou Astecas (cujo império alcançou o seu apogeu entre 1440 e 1520 d. C.).

Vindos da América do Norte, os Maias, por sua vez estabeleceram-se no Yuacatán e áreas circunvizinhas, por volta do ano 900 a.C. Na verdade esta civilização Maia ocupava a região que hoje ocupa os actuais territórios de Belize, Guatemala, e  Iucatã, ao sul do México, dedicando-se à produção do milho.  

Por sua vez o povo Inca, originário da região entre o lago Titicaca e a cidade de Cuzco[8] no Peru, expandiram-se pela área que partia do sul da Colômbia, passava pelo Equador, Perú, Bolívia e norte de Argentina e terminava no sul do Chile, chegando o seu império a reunir cerca de 15 milhões de habitantes, pertencentes a vários povos, de várias línguas, costumes e culturas diferentes. Teve o mérito de agrupar povos e civilizações anteriores, o que foi possível devido  à vitória de Yupanqui sobre os chancas em 1438 d.C., após o que ocupou quase todo o Peru, chegando até à fronteira do Equador.

Deixando para os historiadores das civilizações e das políticas económicas e sociais a organização do Estado da Economia e da cultura de cada um desses povos, dediquemos alguns instantes na análise da organização religiosa de cada um desse mesmos povos.

De uma maneira geral todos os povos dessa região possuíam uma religião mais ou menos idêntica, salvo algumas particularidades inerentes a cada um deles.

5.1- Ometeotl e o Mto da criação

Começando pela Criação, os Nahuas acreditavam que ela tinha sido o resultado de uma oposição complementar e conflituosa, à maneira de um diálogo entre dois indivíduos, ou à interacção e mudanças entre dois opostos.
         Ometeotl (ou Deus criador de tudo = Pan-creator) ocupava o primeiro e mais alto nível de Omeyocan, (isto é, céus ou “lugar do Dois”, considerado “Dualidade”) que era composto por 13 níveis, e caracterizado pela força interdependente e pela dualidade de forças ou de princípios (masculino e feminino) que se complementavam e opunham mutuamente para gerar a acção da qual procedeu toda a criação.
         Desta forma o deus Ometeotl, tanto podia ser masculino como feminino, por isso podia ser invocado como “Senhor” ou como “Senhora”.
Deste mesmo deus (duplo ou “dual”) nasceram dois filhos que foram chamados Quetzalcoatl Tezcatlipoca que desempenham um papel importantíssimo na mitologia Nahua. Estes dois deuses criaram o Céu e a Terra, servindo-se, umas vezes de alianças, outras vezes da luta adversa entre ambos.
O deus Quetzalcoatl (ou Serpente emplumada) é identificado com a água e a fertilidade, ou seja, com a vida.
Quetzalcoatl desdobra-se no deus Ehecati, o que será dizer que este não é mais do que um aspecto daquele e personifica o vento ou sopro dos seres vivos e no vento diáfano da brisa que se transforma na chuva.
O deus Tezcatlipoca (ou Eespelho Fumegante) é considerado o equilíbrio, a harmonia e a vida e representa tanto o conflito e a alteração, como a imprevisibilidade dos destinos humanos.

Este deus é representado tipicamente com um espelho negro de obsidiana[10]na parte posterior da cabeça e outro no lugar de um dos seus pés.4.2- Variedade de deuses entre os Méxicas.

5.2- Outras classes de deuses

Além dos deuses primordiais referidos (Ometeotl o Pantocreator) e seus filhos Quetzalcoatl Tezcatlipoca, Quetzalcoatl (ou Serpente emplumada e Tezcatlipoca (ou Eespelho Fumegante) muitos outros deuses e deusas da agricultura, chuva, fogo, amor e prazer, morte, guerra e corpos celestiais eram cultuados entre os Méxicas. Muitos deles, por exemplo, “eram adorados desde 900 da nossa era, no México central, como se pode ler nos 5 livros pré-hispânicos que compreendem o grupo do códex Bórgia”[11]. Eram cultuados, por exemplo:

5.2.1- Divindades astrais

Tlahuizcalpantecuhtli (Senhor da Madrugada) que era a personificação de Vénus como a Estrela da Manhã;
Mixcoatl (ou Serpente Nuvem) era um dos deuses celestes ou astrais. Era o deus associado aos guerreiros, aparecendo, por isso pintado de listas vermelhas. Inicialmente era o deus da caça, mas, por último, passou, entre os Méxicas, a personificar a Via Láctea;
Tonatiuh, o sol que já era conhecido na arte tolteca nos anos 800 d.C., e era representado por um guerreiro de espada na mão e circundado pelo disco solar;
Huitzilopochtli (ou Colibri à Esquerda, significando “deus dói Sul”. – querendo dizer do sul) era também conotado com a guerra e teve a sua origem na luta com a sua irmã
Coyolxauhqui e com os seus 400 irmãos, no momento do nascimento.

5.2.2- Divindades Terrestres

Entre os deuses da terra sobressai:

Coatlicue (Senhora da Terra) que era a mãe de Huitzilopochtli (deus do Sul). Esta deusa Coatlicue era mais conhecida pelo epíteto de “Aquela com a Saia de Serpentes” e era cultuada no topo dos montes, onde se erigiam grandes templos que faziam a ligação entre a Terra e o Céu

5.2.3- Divindades relacionadas com a terra e a agricultura

Tlaloc, o deus da chuva e da trovoada cuja existência é conhecida no México já no primeiro século antes de Cristo e era sempre acompanhado pela sua esposa.

Chalchiuhtlicue, a deusa das fontes e dos rios, pelo que lhe deram o cognome de “Aquela da saia de Jade”.
Xipe Totec, o deus da Primavera e do rejuvenescimento e é celebrado anualmente no vigésimo dia do mê Tlacaxipehualiztli, Neste dia os homens vestem-se com peles das vítimas sacrificadas, dando-se a esta cerimónia o significado da renovação trazida pela Primavera.

5.2.4- Divindades relacionadas com as necessidades e instintos humanos

Xochipilli, o deus que personificava-o prazer, e a luxúria; o Príncipe das Flores que era simultaneamente o deus das colheitas e o patrono das artes e do prazer;
Xochiquetzatl, a deusa também chamada Flor de Quetzal que era a protectora das artes e regia o instinto sexual das raparigas;
Tlazolteotl, a deusa que presidia à purificação, regulava o vício e curava as doenças;

Mictlantecuhtli, Senhor de Mictlan, o deus da Morte, da escuridão e do mundo subterrâneo, sendo frequentemente acompanhado por sua mulher[12], igualmente chamados deuses do mundo subterrâneo ou infernal.

5.2.5- Sorte do homem azeteca após a morte

Entre os Azetecas não existia a concepção religiosas que existia no Ocidente e a dignidade humana assentava na submissão aos deuses e ao seu próprio destino, sendo, portanto, fatalistas e o seu destino, desde o nascimento até à morte, era marcado logo no dia do seu nascimento.
Segundo a concepção azeteca, as almas dos mortos podia ir para três moradas distintas, a saber:
1º- Lugar para os guerreiros, mortos em batalha ou sacrificados no altar sacrificial, assim como as mulheres que morriam no parto iam habitar na “residência” do Sol (Huitzilopcghtli), onde viveriam cheios de prazer e seriam alimentados com óptimos manjares, sendo a alegria a característica que os acompanhariam para todo o sempre.
2º- Lugar para os doentes: Os doentes que morriam devido ao cancro, à epilepsia à lepra, à hidropisia, à papeira, afogados ou electrocutados pelos raios iam morar no Tlalocan, nome dado ao o lugar dos pequenos deuses da chuva, chamados Tlaloques. Este reino providencia abundantes quantidades de maçarocas do milho verde, abóboras, verduras e flores. Os mortos que iam para este paraíso terrestre, em vez de serem queimados, eram enterrados com a cara coberta por sementes de plantas
3º- Lugar para os de sem méritos: Por último vinham todos aqueles que não possuíam méritos nenhuns quer fossem plebeus, quer fossem nobres. Estes iam morar no mundo inferior, ou infernal, denominado Mictlan e governado pelos deuses subterrâneos e da morte. Antes de partirem eram cobertos de ornamentos de papel e a estes os sacerdotes proferiam as seguintes palavras: «Oh filho, eis-te morto, sofreste os trabalhos desta vida, já te levou o deus que se chama Mictlantecuhtli e a deusa Mictalcichuatl... e a tua lembrança não mais voltará» e aconselhavam-no a que tivesse cuidado pelo caminho pois encontraria diversas adversidades antes de atingir o seu destino final.
Passados três anos comemorava-se a sua morte com cerimónias fúnebres que se repetiam durante dois, três ou quatro anos, períodos que se supunham necessários para que a alma alcançasse o seu destino. Seria a partir de então que eram considerados como inofensivos aos vivos[13].



Muito recentemente, precisamente no dia 15 de Fevereiro de 2012, foi dada a notícia da descoberta arqueológica de um conjunto de 23 lápides que descrevem mitos da cultura azeteca, entre os quais se destaca o mito do nascimento do deus da guerra,  Huitzilopochtli.

Estas lápides que foram encontradas em 2011, na praça Manuel Gamio em frente ao Templo Maior azteca da Cidade do México são de extrema importância, não só para a história da religião mexicana, mas também pela sua antiguidade uma vez que têm 550 anos.

Raul Barrera, o arqueólogo responsável pelos trabalhos exploratórios refere-se a esta descoberta como sendo “Os vestígios pré-hispânicos são de grande valor arqueológico” devido à sua antiguidade, ao conteúdo de cariz mitológico e à forma como este se encontra disposto. “… é a primeira vez”, continua o mesmo arqueólogo, “que se encontra, dentro do que era o recinto sagrado de Tenochtitlan, uma grande quantidade de lápides dispostas propositadamente em forma de documento iconográfico para criar um discurso que narra certos mitos desta civilização”.

Convém referir que o “Templo Maior foi o edifício religioso mais importante dos azetecas, onde adoravam o deus da Guerra, Huitzilopochtli, e que corresponde apenas à 4ª etapa de construção desse templo, pertencente aos anos 1440-1469 (d.C.).

6.2- Em Xultún, na Guatmala

Xultún fica na Guatemala, na América Central[14]. Desde 1905 que tem sido sujeita a estudos arqueológicos dedicados à Civilização Maia. A partir do ano 2010, arqueólogos da Universidade 813 ou 814, correspondendo, por conseguinte, à época clássica dos Maias que iniciou no ano 300 e terminou no ano 950 (d.C.). A sua descoberta mostra que alguma coisa conseguiu sobreviver à derrocada instaurada pelos “conquistadores” espanhóis que ali chegaram em 1492. de Boston (USA) tem dedicado o melhor dos seus esforços, para estudar uma das casas do complexo dessa povoação e ali encontrou várias pinturas da época clássica dos Maias, entre as quais se destaca, pela sua antiguidade, um calendário que foi julgado como o mais antigo calendário, até agora conhecido, tendo sido, por isso, publicada a notícia na revista Science.

Essa povoação deveria ter, nessa altura umas dezenas de milhar de pessoas e a casa onde tal calendário se encontra foi classificada com o nº 54 pelos arqueólogos da Universidade de Harvard que cartografaram parte do local, na década de 1970, liderados por William Saturno.

Essa casa residencial encontra-se edificada no meio da floresta tropical a poucos quilómetros da pirâmide de Tikal, no Norte da Guatemala, devendo pertencer ao início do século IX d.C., mais precisamente aos anos 


Os ritos, que eram presididos pelos sacerdotes de quem dependia não só a religião, mas também o exército e s governos. Eram celebrados ao som de música, cânticos e cerimónias diversificadas, vindo a culminar no sacrifício que incluía, frequentemente, seres humanos, normalmente escolhidos entre os prisioneiros de guerra[15], aos quais, principalmente em dias festivos, era arrancado o coração[16].

A vítima, sacrificada em honra do deus Sol, Huitzilopochtli, depois de lhes terem arrancado o coração era arrastado pelo templo abaixo e queimado como oferenda à divindade.

A finalidade dos sacrifícios consistia normalmente no apaziguamento da ira dos deuses e também busca da fertilidade dos indivíduos, dos campos e dos rebanhos.


Concordemos ou não com as religiões do mundo descoberto por Fernando Cortés, o certo é que ao ser introduzido o Cristianismo nesses territórios por ele subjugados, essas religiões sofreram um rude golpe porque, ou foram erradicadas violentamente e com derramamento de sangue, ou foram botadas ao desprezo, os seus ministros perseguido e mortos e os seus templos destruídos ou abandonados.

A crítica a essa penosa aventura foi descrita com graça mordaz por Gary Jennings no seu livro Orgulho Asteca, /reimpresso em 2007, pelo editor Saída de Emergência cujo argumento se resume ao seguinte:

"Em 1530, depois de quase extinguir o povo Asteca pelas mãos de Hernán Cortés, o Rei de Espanha, pede que lhe facultem informação acerca da vida e dos costumes do povo Asteca. Frei Juan de Zumárraga, decide redigir um documento baseado no testemunho de um ancião. Um homem humilde e submisso que vai chocar toda a moralidade e preconceitos do mundo civilizado. O seu nome é Mixtli - Nuvem Obscura."


1-      "Gary Jennings é o melhor entre todos os nossos escritores de romance histórico."
2-      "Notável! Feroz e lírico. Uma esplêndida "pintura numa tela a cores" de uma civilização desaparecida para todo o sempre.

10-  Crítica do The Houston Chronicle

"Asteca é uma magnífica saga histórica... O esplendor e a sofisticação, bem como o sadismo ganham vida nesta obra, que não é nada menos que a mais brilhante evocação de um império desaparecido."


"Um relato chocante para a mentalidade, a moral e a religião europeias, que inclui incesto, violência, sadismo, sacrifícios humanos, e costumes inaceitáveis aos olhos do preconceito europeu. Um óptimo e cativante romance histórico que reconstrói o orgulho de uma civilização épica desaparecida, que aqui renasce num esplendor colorido e tremendamente visual. O volume é o primeiro de dois, pelo que resta aguardar por Sangue Asteca, a continuação deste exemplar romance histórico."


No início do século XIX, o século das Luzes, a França viria a introduzir ideias de liberdade e a pôr em causa a autoridade absoluta dos reis e dos príncipes (civis e religiosos).

Perante esta situação a coroa aumentou os impostos e tornou o pacto colonial mais severo. Enquanto, antes, as actividades mercantis das colónias eram de domínio exclusivo das metrópoles respectiva, a partir de determinado momento as restrições às indústrias e aos produtos agrícolas coloniais concorrentes dos metropolitanos agravaram-se.

Imitando os colonos ingleses da Amarica do Norte que se lançaram na revolução e se tornaram independentes da Inglaterra, os Criollos espanhóis aproveitaram-se da situação internacional (Bloqueio internacional imposto pela França à Inglaterra; Napoleão invade a Espanha e coloca aí seu irmão como rei de Espanha) para se revoltarem contra os Governantes das colónias e passaram a governar, estabelecendo de imediato a liberdade de comércio.

E assim, mesmo depois de a Espanha voltar a ter o seu rei, os Criollos continuaram na luta pela independência.



Pelas várias religiões que temos vindo a estudar, ressalta uma conclusão muito importante que não é preciso desenvolver muito.
É frequente pensar-se e afirmar-se que somente a religião que nos praticamos e que nos foi transmitida pelos nossos pais é a única que pode proporcionar a felicidade, aqui na terra, e que nos leva a alcançar a vida eterna. Se essa fosse a única religião salvífica, então que aconteceria aos milhões de seres humanos que seguem com o mesmo afinco e uma fé inabalável outras religiões diferentes da nossa?
Será que Deus se confina a uma única maneira de ser adorado? Não será possível conceder ao próprio Deus a liberdade de se deixar adorar de diferentes maneiras e de admitir no âmbito da adoração um leque multiforme com o qual forme um arco-íris de milhentas cores?
Será que pretendemos circunscrever a magnanimidade de Deus à nossa mesquinha pequenez? Pensemos bem e ajamos melhor!
 [1] Cristóvão Colombo descobriu, em 1492, um continente a que foi dado o nome de América. Com esta descoberta outras se foram dando por Portugal. Para regulamentar a divisão dessa terras, Alexandre VI (espanhol), publicou a Bula Inter Coetera pela qual dividiu o Oceano Atlântico por meio de um meridiano, segundo o qual Portugal só teria direito a terra africanas. Esta divisão foi impugnada por Portugal e fez-se o Acordo de Tordesilhas pelo qual o Continente Americano seria dividido entre os dois países, ficando Portugal com o Leste e a Espanha com o Oeste.
 A área espanhola incluía a maior parte da América do Sul, do Norte e Central. Assim, reivindicou todas as Ilhas das Caraíbas {Antígua e Barbuda, Cuba, Hispaniola, (República Dominicana e Haiti), Jamaica, Porto Rico}; parte da América Central {Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá}; parte da América do Norte {México, Florida incluindo as actuais Alabama e Mississípi, Califórnia e Novo México e partes das actuais Califórnia, Novo México, Arizona, Texas, Colorado, Nevada, Utah, Oklahoma, Kansas, Wyoming e território da Louisiana, etc.).
[2] Soustelle, 1993 p. 10 diz que de acordo com as narrativas indígenas os azetecas ou Mexicanos eram chamados azrecas chichimecas eram tidos como “bárbaros de Aztlán”, pois eles seguiam ainda o modo de vida das tribos guerreiras, nómadas e caçadoras. Alimentavam-se sobretudo da caça e de recolha de frutos nas montanhas e estepes.
[3] O vocábulo “chapetones” tem o sentido de “pés delicados” ou “frágeis”.
[4] Gachupín significa “aquele que usa esporas”(cf. http://www.britannica.com/EBchecked/topic/449909/peninsular. Mais tarde e ainda hoje os chapetones são os “educados”, asssim a “dança ou baile dos Chapetones de Panchimalcoque não é mais nada do que a “dança dos educados”.
[5] http://www.brasilescola.com/historia-da-america/sociedade-colonial-espanhola.htm
[6] Confere MITOLOGIAS AMERÍNDIAS – MESOAMÉRICA (Março 31, 2011 por quartodejade) em:
 http://quartodejade.wordpress.com/2011/03/31/mitologias-amerindias-mesoamerica/.
[7] Toltec, (Nahuatl, "master builders"), indigenous people of Mesoamerica (Mexico and northern Central America) who migrated from the north of what is now Mexico after the decline (about AD 700) of the great city of Teotihuacán and established a military state at Tula, about 64 km (40 mi) north of modern Mexico city, in the 10th century AD.
[8] Cuzco foi construída por Inca Pachacútec; data do ano 14000 e foi capital do Estado Inca, no Peru.
[9] http://quartodejade.wordpress.com/2011/03/31/mitologias-amerindias-mesoamerica/.
[10]  Segundo a Infopédia (http://www.infopedia.pt/$obsidiana) “A obsidiana é uma rocha ígnea extrusiva (= que só se forma à superfície quando é expelida num episódio vulcânico, ou se derrama por fracturas que intersectem a superfície) com composição química variável. Apresenta cor negra, com fractura concoidal, textura nitidamente vítrea, com raríssimos microfenocristais, e uma massa amorfa que se divide em diferentes zonas. Deriva de um arrefecimento rápido de magma granítico muito viscoso.
É comum em vulcões recentes, fundamentalmente em fenómenos de vulcanismo félsico do Japão e Java. Encontra-se em lavas do Terciário nas ilhas Lipari (Itália). A ocorrência em maior quantidade verifica-se no Parque Yellowstone nos Estados Unidos da América, na Hungria e no México.
A obsidiana foi muito utilizada, nos tempos pré-históricos, no fabrico de ferramentas e estatuária”.
[12] Sumário do artigo do blog Mitoçlogias –am:erídias-mesoamericanas  http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=53075&op=all.
[14] Cf. “O Público”: “http://www.publico.pt/Ciências/o-calendario-maia-mais-antigo-fica-no-n-54-da-povoacao-de-xultun-1545554?p=2 (11 Maio 2012).
[15] http://temposnotempo.blogs.sapo.pt/32503.html

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