1- Face frontal (A Grande-Mãe)
1.1- Identificação da pedra e das imagens
Esta pedra que
serve de base à cruz do lado direito do calvário de Lameiras, Pinhel, tem o
aspecto de um hexágono (seis lados), formado por
três trapezóides simétricos, visto que cada trapezóide possui 2 lados de igual
medida, mais ou menos. A altura das quatro faces é de 0, 60m,
enquanto a largura das suas duas faces laterais é de 0, 60m e a
largura das faces frontal e da retaguarda é de 0m,70m.
Cruz do lado direito do Calvário
Foto de 2001
Destas quatro
faces, apenas duas (a da frente e a de trás), possuem imagens esculpidas. Se a
da frente parece apresentar a imagem da “Pietà, a da retaguarda deixa
transparecer uma imagem enigmática que nos parece transmitir a ideia do símbolo
da vida egípcio.
Imagem da face frontal (Pietà)
Imagem da face da
retaguarda (Ankah)
Fotos de 2001
1.2- Imagem da “Pietà”?
A gravura que
se encontra nesta face constitui um baixo-relevo que apresenta uma senhora com:
- Um filho nos braços, em estado adulto, dando a sensação de estar já morto, ou prestes a soltar o último suspiro;
- Um segundo filho, no acto de nascer, lançando para o mundo, primeiramente as pernas. Parece querer dar a imagem de que a entrada no mundo ou o nascimento de uma criança se dá somente quando a cabeça desta sai do ventre materno. Esta acção, porém, parece estar impedida pelo corpo do filho anterior, ainda no regaço da sua mãe. Este deve ser retirado, primeiro, para que se dê o nascimento completo do segundo.
- Devido a esta imagem complexa, na qual se mistura a tristeza da morte com a alegria da continuidade da vida, poderemos considerar esta senhora como a figura da “Grande-Mãe”, sempre fecunda.
2- Significação e simbologia da palavra e da figura de “Mãe”
2.2- Receptáculo da vida – primeira função da mãe
O simbolismo da palavra “Mãe” assemelha-se
ao simbolismo das palavras “Mar” e “Terra” porque tento a palavra “Mãe” como as
palavras “Mar” e “Terra” são “receptáculos e matrizes da vida”.
Por outro lado, além de “o mar e de a terra”
serem símbolos do “corpo maternal”[1], considera-se que entre os
vocábulos “mère” (mãe) e mer (mar) existe um clara homofonia na língua francesa,
o mesmo parecendo existir entre as palavras catalãs mar (mãe) e mare (mar).
2.3- Fertilidade Inesgotável
A imagem da mulher, numa posição de
sofrimento perante um filho morto e de alegria perante o nascimento de um novo
filho, prestes a nascer, parece continuar a tradição das grandes deusas-mães da
antiguidade que foram sempre veneradas como deusas da fertilidade e que tiveram
o seu exemplar primordial em Gea (Gaia
ou Gê – a Terra), considerada
pelos Gregos como a esposa de Urano (o Céu) e a mãe dos Titãs e dos Ciclopes.
Uma mãe cujo poder de reprodução se tornaria proverbial.
A própria natureza (com a repetição dos seus
ciclos anuais: sementeira, nascimento, crescimento, amadurecimento, colheita,
queda da folha e morte definitiva da planta) parece ser simbolizada na morte e
nascimento dos filhos da “Grande Mãe”. Morreu um filho porque terminou o seu
ciclo vital, mas, em seu lugar, a mãe está em vias de dar à luz um outro para
que a vida continue, ininterruptamente. Esta é, afinal, a função primordial da
mãe.
Correlativamente ao homofonismo de “mère” e
“mer” em francês ou “mãe” e “mar” em catalão e português, existe, uma grande
ambivalência entre “mãe” e “terra” em ambas as línguas, pois que se “nascer” é
“sair do ventre materno”, o “morrer” é “regressar ao seio da terra”. De modo
semelhante, tal paralelismo se verifica relativamente às palavras “mãe” e
“mar”, enquanto também o “mar” (ou “mère”, em francês), segundo as grandes
mitologias mesopotâmica, egípcia e semita, consideram que foi do mar que surgiu
a vida, na figura de Mamut, a Primeira Mãe.
A MÃE é um misto de opostos: se, por um
lado, ela dá ao filho vida, segurança, alimento, abrigo, calor e ternura, por
outro lado ela pode representar, não apenas o risco de opressão devido à
estreiteza do meio em que foi gerado, mas também o desejo exacerbado de um
prolongamento excessivo da função de alimentadora e de guia, como é simbolizado
pela figura mitológica da Geradora (“Génitrix”) que devora o futuro Gerador
(“Génitor”). Ela, de geradora e generosa, pode perfeitamente
transfigurar-se, em raptora e castradora como o descreve o mito
de Gaia que manda castrar o deus Crono.
A ideia de fertilidade feminina foi
personificada sempre nas mitologias antigas por uma Mãe divinizada, cujos nomes
foram variando conforme as civilizações, os tempos e as sensibilidades humanas
que quiseram dedicar-lhe a sua reflexão pessoal. Assim, por exemplo:
·
Os Egípcios e várias religiões
helenistas atribuíram-lhe o epíteto de Ísis,
considerando-a, não só a deusa do casamento e da família, mas também a querida irmã
e esposa de Osíris de
cuja união foi gerado um filho a quem deram o nome de Horus;
·
Os Assírios, Babilónicos e o
Iberos deram-lhe o nome de Ishtar, nome que os
Fenícios, Cananeus, Israelitas e Judeus transformaram em Astarte (cf. IV
Reis, 23,7);
·
Os Hindus preferiram dar-lhe o
nome de Kali ou Kālikā, que foi, primeiramente, considerada como
a deusa do tempo e da mudança, mas que, actualmente, preferem concebê-la como a
deusa-mãe benevolente (pelo menos entre vários grupos Hindus).
·
Os Gregos, por seu lado, deram-lhe
vários nomes como: o de Rea (sendo considerada esposa de Cronos/Tempo;
o de Hera (a deusa do casamento e esposa de Zeus); o de Deméter
(também chamada Gaia ou Gê - a TERRA -).
·
Os Romanos viriam, mais tarde,
para transformarem essa Deméter grega, em Ceres, para ser considerada a
Deusa Agrária e personificar a Terra.
Se entre os cananeus, Ba’al
era considerado e adorado como sendo o deus da fertilidade e das tempestades,
entre os Israelitas, e segundo o Livro do Génesis (Gn 18, 1-15),
o grande procriador ou criador do universo e da humanidade foi somente Iavé,
procriação esta que foi comparada à procriação no ventre de uma mulher.
É, pois, a Iavé atribuida a força criadora
que se encontra, quer nos seres humanos, quer em todos os outros seres da
natureza. Assim, logo na primeira vez que se descreve Abraão a falar com Iavé,
se considera que Ele lhe transmite o dom da fecundidade de maneira a que possa
ser o verdadeiro pai de muitas gentes.
A própria aliança consolidada entre Deus e
Abraão é comparada a uma aliança matrimonial, em ordem à fecundação e, ao longo
do Antigo Testamento, Iavé é apresentado como um deus zeloso e quase ciumento,
sendo o culto prestado a outros deuses considerado um adultério e uma traição.
Israel é considerado como a esposa de Iavé
que Este ama compulsivamente, mesmo depois das várias infidelidades que ela
cometeu contra Ele.
A partir do século segundo da era cristã,
tornou-se comum entre os Judeus, considerarem o amor de Deus por Israel, como o
amor que existe entre o homem e a sua esposa.
Verso 1: Louvai
ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos
santos.
Verso 2: Alegre-se
Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.
Verso 3: Louvem
o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.
Verso 4: Porque
o SENHOR se agrada do seu povo; ornará os mansos com a salvação.
2.5- Fertilidade no mundo cristão
No cristianismo deu-se uma grande mudança. A
mãe é a Igreja. Esta é concebida como a fonte donde os cristãos auferem a vida
da graça, porém onde podem também auferir, pelas deformações humanas, uma
tirania mental abusiva.
A mãe divina simboliza, por outro lado, a
sublimação mais perfeita do instinto e a harmonia mais profunda do amor. A mãe
que concebeu Jesus é uma Virgem, mas uma virgem que só “concebeu por obra e graça do Espírito Santo”.
Por meio dos Dogmas, a Igreja Católica
declara uma realidade histórica e não apenas um símbolo. Esse facto tem um
significado muito grande, pois que, segundo o dogma do nascimento virginal de
Jesus, se deduz que a virgindade não exclui uma maternidade muito real e que
Deus pode fecundar a criatura independentemente das leis naturais. Por outro
lado este mesmo dogma realça outra realidade histórica que é aquela que
considera Jesus como um verdadeiro homem, pelo facto de ter nascido de uma
mulher (pertencente ao género humano) e verdadeiro Deus, porquanto foi
concebido no seio de Maria, por “obra e graça do Espírito Santo”, terceira
pessoa da Santíssima Trindade.
Deste mesmo dogma se deduz que Maria é filha
e, também, mãe do seu próprio filho: filha enquanto Jesus Cristo é Deus e seu
Criador; mãe do seu Deus enquanto Jesus é Deus homem que nela encarnou. Por
isso ela foi chamada Θεοτόκος (Theotókos) nos
concílios dos primeiros séculos da Igreja, mas não sem grandes discussões.
Comparando esta teologia católica com a
teologia Hindu, vê-se que não existe nada de comum entre elas sob este aspecto
da concepção e maternidade da mãe divina. No cristianismo a concepção e
nascimento de Jesus fundam-se numa verdade histórica, o que não acontece na
teologia hindu onde a noção de “maternidade divina” procede de uma “síntese de
mitologia, teologia, filosofia e metafísica”.
Alem do mais, os quatro aspectos da noção de
mãe divina na arte hindu são representados por símbolos que não existem na
noção católica. Por exemplo:
- O símbolo Kali... na arte indiana, Kali com a língua de fora, ensanguentada, que baila sobre um cadáver. Como pode simbolizar a mãe divina? “Nesse símbolo do Terrível, explica Swami Siddhementncia, nós não veneramos a violência, nem a destruição, mas colhemos, numa visão sinóptica de modalidade única os três movimentos projectados que formam a criação, a conservação, a destruição. Estes são os diferentes aspectos da experiência única da vida. A mãe divina é assim a força vital, universal que se manifesta, e esta força é o princípio espiritual expresso em forma feminina”;
- Segundo Chevalier[2] “Há ainda outros três aspectos com outros símbolos distintos de Kali:
o
Durga,
Laksmi,
o
Sarasvati,
o
Ganesh,
etc..
- E explica, como esses três aspectos funcionam na simbólica hindu, dizendo: “Todos supõem um pensamento cosmocêntrico, que tende a incluir numa mesma visão microcósmica e macrocósmica, o atómico e o global. A mãe divina é como a série contínua que ata e sustém o universo Prakriti e Maya, unidade de tudo o que está manifestado, seja qual for o seu nível de existência, desde a simples aparência até à pura ilusão. É a consciência da manifestação do EU de Shiva manifestado na infinidade das aparências, nessas centelhas de poder energético que são os seres da matéria precipitada e de fugitivas centelhas”.
Entre os Celtas, a deusa-mãe primordial é
chamada Dana que é a Mãe dos deuses (Tuathha De Danann,
tribo da deusa Dana) e corresponde simetricamente a Elatha (Ciência).
Também é conhecida pelo nome de Ana que pode
entender-se como um nome do primeiro nome De Danann, dando
De+Ana. É muito possível que este nome tenha algo a ver com o
nome da deusa latina Diana e com a santa cristã Santa Ana que é a mãe da Virgem
Maria.
Na Gália, a darmos crédito a Júlio César[3], existia somente uma deusa, Minerva, ao
lado de quatro grandes deuses masculinos:
Mercúrio, Apolo, Marte, Júpiter. Essa Minerva era chamada Brigantia,
na toponímia gaulesa ou Brigit, na toponímia Irlandesa[4].
No Egipto o poder da procriação era
associado à vegetação e ao mundo do além, na figura de Osíris, considerado, no
princípio, um deus agrário, sendo considerado com poder inesgotável, à
semelhança da vegetação. Só mais tarde é que foi identificado com o SOL que na
sua fase nocturna simboliza a continuidade dos nascimentos e renascimentos.
Osíris, actividade vital universal, na forma
visível de um deus “desce ao mundo dos mortos” para lhes transmitir o dom da
regeneração e, inclusive, a ressurreição na “glória osírica”. Esta
transformação só é possível porque, segundo a teologia egípcia antiga, “todo o
morto justificado é um germe de vida nas profundidades do cosmo como um grão de
trigo no seio da terra”[5].
Este deus chega a ser concebido como um deus
cultivador, mas, devido a invejas, foi perseguido por um seu irmão, Seth que,
auxiliado por outros, também invejosos e inimigos, o matam e lançam ao Nilo
dentro de um caixão para que se corpo desapareça para sempre. Mas a sua irmã ÍSIS,
auxiliada pela deusa NEPHTIS, depois de o procurarem e encontrarem todo
mutilado, ressuscita-o.
Esta faceta da religião egípcia apresenta o
drama da morte que aflige a humanidade, amenizado com o triunfo, pelo menos
periódico, sobre essa terrível realidade, tendo levado muitas religiões
mistéricas a introduzir nas suas doutrinas respectivas, o tema do deus morto e
ressuscitado.
Chevalier[6], refere que, segundo André Virel[7], “no mito de
Osíris se encontram três fases da individuação psíquica”, a saber:
- Osíris no cofre simboliza a integração do Eu, enquanto o cofre delimita a individualidade e representa o aspecto fixador e separador da individuação;
- Osíris mutilado representa a dissociação e a desintegração;
- Osíris reconstituído e dotado de alma eterna simboliza a reintegração numa forma mais elevada, porquanto inclui a significação espiritual.
- Esta é a última fase de síntese que caracteriza uma pessoa. Por meio dela atinge-se o pico da evolução.
3- Antecedentes da Imagem e do Culto Prestado à Mãe de Jesus
A religião cristã tem os seus fundamentos na religião
hebraica que, por sua vez, se encontra intimamente relacionada com as religiões
de Canaã, Fenícia e Egipto.
Em primeiro lugar, devemos considerar os lugares antigos
de culto, que, em princípio, não eram construções ou edifícios arquitectónicos
como os que se usaram mais tarde, mas sim, na opinião do professor Moisés do
Espírito Santo[8], “terreiros assinalados com
pedras”, sendo os objectos de culto “bétilos, esteios erguidos …, estelas e as
próprias árvores”.
O mesmo autor avança, dizendo que tais objectos de culto
poderiam ser inclusivamente “bonecas de tecido ou de estopa” parecidas com
aquelas que, ainda hoje, são “confeccionadas pelas mulheres de Monsanto” e que
denominam “Matrafonas”. Pensa ele, também, que o facto de na Bíblia hebraica se
proibir o uso de imagens para expressar a divindade foi uma das consequências
da ausência de imagens nesses tempos longínquos como representativas da
divindade, o que, na verdade, aconteceu numa primeira fase das religiões
primitivas.
3.1- Existência de imagens em Israel
Tal
proibição do uso de imagens que vigorou até ao século IX a. C, referia-se
sobretudo aos ídolos de metal precioso (prata ou ouro), mas não às estátuas de
pedra ou de madeira[9].
Na verdade, o mesmo professor diz que:
“Havia, no
entanto, outro tipo de representações, por exemplo, objectos religiosos que
acompanhavam o morto à sepultura e que os arqueólogos encontram com muita
abundância; eram do culto privado, equivalente a medalhas de hoje, talvez
génios de protecção pessoal e doméstica. Segundo certos dados, os Hebreus e os
Fenícios suspendiam esses objectos religiosos pessoais e domésticos sobre as
ombreiras das portas[10], como hoje se fixam perto da porta azulejos
representando o santo homónimo que equivale ao “santo antepassado”; tanto
podiam ser em metal precioso[11], como em materiais correntes”[12].
Tais objectos tinham, entre os hebreus, o nome de terapim (plural de terah ou tareh) que eram tidos como
oriundos da religião Cananeia e inventados, segundo se pensava, pelo seu
antepassado Tarec ou Taréh, daí o
nome de “tarecos”, isto é, objectos pessoais.
A deusa Astarte era representada por um simples cone. A partir de uma
representação do templo de Pafos numa moeda cipriota do reinado de Septímio
Severo podemos ver o o emblema daesta deusa que era o cipó. Além disso, por
ocasião da visita do imperador Titus ao templo de Paphos, Tácito descreve essa
imagem, desta forma:
“O ídolo da deusa não tem
forma humana: é uma coluna redonda cuja base é mais larga em baixo do que em
cima, à maneira de um cone; desconhece-se a razão disso”[13] .
Esta divindade, conhecida por Astarte (que, em grego se dizia Αστάρτη
e, em hebraico, se dizia עשתרת),
pertencia ao panteão fenício, mas, na tradição hebraica, era conhecida por
deusa dos Sidónios (I Reis 11:2), como já foi dito anteriormente.
Algumas dessas imagens eram também vestidas. A Bíblia
refere que o rei Josias, reformador da Lei e do culto, demoliu a casa das
prostitutas sagradas que estavam no templo de Iavé e onde as mulheres teciam
véus, ou telas, para Ashera[14]. Tratava-se, pois de representações vestidas (dessa
deusa, representada pelo cone) que seriam ex-votos para venda aos peregrinos,
imagens domésticas que estes compravam, ou as imagens de Astarte existentes no
próprio templo?
Exemplares
semelhantes foram encontrados no Santuário de Afrodite, em Chipre, mas, aqui,
as imagens do cone dentro do seu santuário estão gravadas numa série de moedas,
o que lhe dá um relevo maior, visto o culto da deusa se perpetuar de maneira
política, monetária e comercial.
Moedas cm cone de Astarte
Todas
estas moedas estão esculpidas em moedas do tempo do imperador Caracala (198-217
d.C.) e apresentam o cone da deusa Afrodite no seu Templo em Palea Pafos[15].
Talvez
tenha sido devido à primitiva forma cónica representativa da deusa Astarte que
as representações antropomórficas das divindades femininas passaram a tomar uma
forma também cónica, como, aliás, se denotam normalmente em todas as
representações posteriores.
Ora,
passar daqui à representação cónica das “Senhoras” cristãs, foi fácil. Hoje,
quase todas as imagens de Nossa Senhora, mãe de Jesus, têm a forma cónica.
Relativamente
às imagens que apresentam a Mãe com um menino nos braços, como se encontra na
imagem de Ísis e Horus, Moisés do Espírito Santo[16]
vai mais longe e considera que, às vezes, essa Mãe, não só tem um filho morto
nos braços, como espera o nascimento de um segundo, apresentando essa imagem de
contraste (morte e vida) e de continuidade (morte nascimento) como o símbolo da
continuidade da vida através da procriação constante da Grande-Mãe. Na morte do
primeiro filho varão sente-se a morte não apenas de um filho mas também de um
marido com o qual engendra a vida.
Referindo-se
ao culto que os Iberos prestavam aos deuses romanos, o mesmo autor[17]
que cita Jorge Alarcão[18]
considera que nunca tiveram em grande conta os deuses imperiais, mas que, pelo
contrário, mostraram grande “preferência” pela mística oriental e cultos
matriarcais”, sendo as divindades orientais mais adoradas no Portugal romano “Mitra,
Cibele, Némesis, Ísis e Serapis”.
Embora
o culto de Mitra não tivesse grande extensão, ele era adorado, sobretudo, pelos
soldados. A comprovar o culto a Mitra, foram encontradas algumas Inscrições
mitraicas em Olisipo, Pax Julia e Troia.
Por sua vez, o culto prestado a Cibelescontinua
Alarcão,
– “ está atestado em Ossonoba, Olisipo, Aquae Flaviae, Marco de Canavezes, nos arredores de Pax Julia e em Estremoz [....]. Ao todo, conhecem-se 16 inscrições hispânicas
dedicadas a Cibele, pertencendo sete ao território que, hoje, constitui
Portugal. Numa inscrição de Olisipo, datada de 108 d. C., a deusa é chamada Mater
Deum Magna Idaea Phrygia, Grande Mãe
dos deuses, Ideia e Frígia. O nome de Ideia vinha-lhe do Monte Ida, na
Frígia, onde tinha um santuário afamado. Nas outras inscrições portuguesas é
designada simplesmente por Mater Deum ou Deum Mater [...]. O colégio dos sacerdotes de Cibele era presidido por um Archigallus, que também não surge nas inscrições
portuguesas [...].
O culto de Némesis está documentado em Portugal
apenas em Évora (Ebora), onde havia uma associação de fiéis desta deusa,
denominada Amici Nemesiaci. A associação de Ebora tinha entre as suas
funções, a de dar sepultura aos seus membros.A deusa Ísis, de origem egípcia
tem o seu culto documentado em Bracara, Salacia, Outeiro Jusão (perto de Aquae,
Vale do Vinagre (Baleizão) e em lugar indeterminado do Algarve. [...]”.
Segundo o mesmo Alarcão, o culto ao deus Serápis
parece estar documentado em Conimbriga por meio de um pé de mármore votivo,
enquanto em Pax Julia parece ter sido adorado num templo próprio. O
monumento, porém, mais notável ao culto de Serapis, em Portugal, é o
santuário rupestre de Panóias (perto de Vila Real).
Este templo foi, no entanto, consagrado
simultaneamente a várias outras divindades, como se deduz da dedicatória que
alguém com nome greco-romano escreveu: “ ao Altíssimo Serapis, à Moira[19] e aos Mistérios, Gneu Gaio Calpurnio Rufino consagra
este monumento”[20].
3.2- Culto Manriano Judeo-secreto
Não admira que o Cristianismo
tenha assimilado, não só a religião popular pré-romana de toda a bacia
mediterrânica, como também parte dos cultos hebraicos a partir do século VII
d.C., ou seja, a partir da época em que os Godos não movimentaram apenas
perseguições contra os Judeus, mas praticaram também expulsões e conversões
compulsivas, ideia, aliás, que Moisés Espírito Santo[21] sustenta,
seguindo Fortunato de Almeida, na sua História da Igreja em Portugal[22].
Assim os cultos, quer romanos, quer asiáticos foram assimilados dentro do
cristianismo, principalmente rural. Assim os ritos populares asiáticos, entre
os quais estava o culto a Astarté.
Antes da redacção do
Deuteronómio que é um dos cinco livros da Lei, redigido entre os anos 639 e 608
(a. C.), o povo hebreu, como todos os povos do Mediterrâneo, venerava uma
deusa-mãe, que em Canaã se chamava Astarté que era a variante da babilónica
Ishtar.
As “Nossas Senhoras”
portuguesas, denominadas “da Guia”, padroeiras dos viajantes e dos emigrantes,
comungam também, muito possivelmente, desta natureza astral, tanto mais que o
astro Vénus se diz, em linguagem popular, Estrela-guia ou Estrela da Manhã (ou
da Tarde) por anunciarem o dia ou a noite.
As festas que têm lugar na
Páscoa ou no domingo da Pascoela[23],
em honra da Senhora dos Prazeres ou de outros títulos, são ou foram festas
cripto-judaicas, substitutivas da celebração da Páscoa e dos Ázimos judaicos,
por um lado, e, por outro, associadas à Rainha Ester, uma filha judia, órfã e
sobrinha do funcionário real, Marduqueu, se tornou posteriormente esposa do rei
persa, Assuero[24] e libertadora do Povo
Judeu.
3.3- “Senhoras do Ó”
Nas Beiras, (sobretudo)
existem belas imagens do fim da Idade Média chamadas Senhoras do Ó, ora
grávidas ora com um menino. Os citadinos e o clero em geral, não iniciados
nestas simbólicas, entendem que as “Senhoras do Ó”[25]
são apenas as grávidas porque “chamam” pelo filho, enquanto os seus fiéis
entendem que as Senhoras do Ó pode ter outras formas: “ter um menino nos
braços e estar grávida de um outro porque pode ter tido vários filhos” (assim
nos dizem frequentemente), ou pode não estar grávida. O nome popular da Senhora
vem dessa expressão de chamamento. A Senhora rural, mais topónimo do que
personagem, é a mãe do clã ou da comunidade”[26].
4- Face anterior (Ankh)
4.1- Identificação e descrição da figura
Esta
face apresenta uma única imagem e é a parte oposta à figura da Grande-Mãe.
Ankah
Calvário de Lameiras, destacando-se a face anterior da pedra do lado direito
À primeira
vista, essa imagem dá a sensação de representar:
- Uma figura humana, de braços abertos, um pouco descaídos, com um capuz a cobrir-lhe a cabeça, dando a impressão, à primeira vista, tratar-se da representação de um monge ou de um peregrino.
Mas, também, poderá
ser:
- Um TAU grego, símbolo do bordão dos Peregrinos, ou, possivelmente, o símbolo da Ordem Hospitalar de Santo Antão (ou Santo António do Egipto).
Salvo outra
melhor opinião, suponho que esta última figura apresenta um símbolo de origem
egípcia, enquanto o primeiro (um monge ou um peregrino) poderá ter alguma
relação com os dois últimos, visto haver uma certa ligação entre o ser monge e
o ser peregrino com o Egipto, pois foi neste país que, primeiro, surgiu o
monaquismo cristão, sendo os seus fundadores Santo Antão (António), Paulo e o
seu discípulo, Macário[28].
Ou o TAU do Deus ATON[27] e que se chamava (e se chama, ainda hoje) também CRUZ ANSATA ou ANKH e que constitui um símbolo egípcio antigo que teve a sua origem na combinação da cruz TAU (do deus OSÍRIS) com a forma OIVAL (da deusa ISIS), passando a significar a VIDA e de cuja junção deu a seguinte forma:
4.2 – Simbologia e significação da Figura (ANKH).
O princípio
vital e a própria vida eterna, representada por meio desse signo reaparece nos
túmulos das Pirâmides Egípcias, por exemplo no túmulo de Akhenaton e foi
adoptado, mais tarde, pela Igreja Copta Cristã do Egipto[29], que
o propagou no Ocidente, sob formas diferentes e artísticas, como estas que,
aqui, apresentamos para ilustração:
Diversas apresentações do Ankh[30]
Daqui, poderão
ter origem algumas insígnias religiosas cristãs, como por exemplo, as cruzes
utilizadas por alguns papas, cardeais, bispos, etc, como se pode verificar,
pelo exemplo que, aqui, se segue:
Cruz de cariz cristão[31]
Se, até ao
século III (d. C.), pelo menos, o Egipto permaneceu fiel às suas antigas
crenças religiosas, a partir da sua conversão ao Cristianismo (que segundo a
tradição entrou neste território logo no século I pela pregação do apóstolo São
Marcos) criou uma arte cristã copta sui generis[32],
sobretudo entre os monges de Tebaida (ou Alto Egipto que se estende desde a
cidade de Tebas até à primeira catarata do Nilo). Através dos monges procedeu-se,
então, a uma conciliação entre os temas da antiga religião egípcia faraónica e
os temas cristãos. Entre outros temas egípcios está, por exemplo, o tema do
antigo hieróglifo ANKH (chamado também Tyé/Tié ou Cruz Ansata ou Chave) que, por significar “Vida” e se parecer com a Cruz de
Cristo, passou a ser utilizado para significar pura e simplesmente a Cruz de
Cristo[33].
Perante estas
figuras, à primeira vista enigmáticas, que atitude se deverá tomar? Normalmente,
tudo o que é esculpido, escrito ou desenhado serve de celebração e ou de
memória ou testemunho de actos, eventos e crenças que tiveram lugar num determinado
tempo, longo ou não, dentro de uma comunidade humana. Rolando Barthes diz, e com
razão, que toda a imagem, gravura ou fotografia refere-se a algo. Conhecer,
pois, esse referente (...) é reatar duas culturas: a perdida e agora
reencontrada e a que contribui para essa reabilitação[34].
Baseados nesta
afirmação, será que poderemos descortinar alguma coisa daquilo que essa pedra
do calvário de Lameiras terá para nos contar? Eis uma questão que me intrigou e
que me convidou, não apenas a investigar o significado desta figura, como
também o das outras figuras e o passado de Lameiras com elas relacionado.
O ANKH,
por ser um símbolo da vida e de fertilidade, já que, originariamente, representava
os órgãos genitais (masculino e feminino) era usado pelos antigos egípcios como
amuleto tremendamente poderoso. Supunham os egípcios, igualmente, que, a quem o
usasse e fosse caridoso, os deuses outorgariam uma vida feliz durante cem
mil milhões de anos” após a morte, como no-lo confirma Migne
Gonzalez-Wippler[35].
Ora, segundo
este mesmo autor “Quando no século primeiro, os egípcios se converteram ao
cristianismo, mantiveram o ANKH como símbolo religioso, costumando aparecer nas
tumbas daquele período, junto à cruz cristã. Os antigos egípcios fabricavam o
ANKH de materiais vários: cera, madeira, metais e pedras de cores diferentes. O
ANKH estava estreitamente relacionado com os órgãos sexuais e era símbolo da
vida ainda que ninguém conheça o seu verdadeiro significado”[36].
Na própria
mumificação dos corpos utilizavam-se dois amuletos para que estes protegessem
as pessoas que tinham sido embalsamadas e já tinham partido para os “campos dos
caniços”, ou seja, para os campos da felicidade.
De facto, todos os deuses criaram seus
próprios amuletos, como concentração e representação de seus poderes[37]. Os hebreus
tinham, também, um costume idêntico, trazendo ao pescoço a letra hebreia Heth (ח), letra que representava a vida. O significado cabalístico desta
letra é “recinto”, tornando-se, por conseguinte, uma descrição adequada do
útero materno e dos seus poderes vivificadores”[38].
Um desses
amuletos, usado pelos egípcios era, precisamente, o Ankah (ou “Laço de Ísis”,
também chamado “tyet” ou ”tiet” cujo hieroglífico tinha, precisamente, a mesma
configuração, como poderemos ver pela imagem que, a seguir, apresentamos.
Tyet ou Laço de Isis
Tyet[39]
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"Laço de
Ísis" amuleto para proteger o corpo[40]
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Pedra do Santo
de Lameiras[41]
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Se repararmos
bem, verificamos que, entre a figura conhecida por “laço de Ísis” (deusa e
esposa do deus Osíris do Egipto) ou Ankah e aquela que se encontra na Pedra do “Santo”
de Lameiras, existe uma grande semelhança. À primeira vista, a parte superior
pode induzir-nos a ver nela uma cabeça envolta num capuz; braços descaídos; um
corpo único sem tronco a ser separado dos membros inferiores e o todo do corpo
com forma de túnica ou vestido.
Pois, essa
figura da pedra de Lameiras, é, muito provavelmente, o Ankh cristão copta,
proveniente do cristianismo do Egipto que se propagou na Europa, através do
cristianismo sob a heresia de Ario, dando azo ao Arianismo (Séc. IV) que foi
condenado solenemente no ano 325 pelo Primeiro Concílio de Niceia (o qual
definiu a divindade de Cristo) e no ano 381 pelo Primeiro Concílio de
Constantinopla (o qual definiu a divindade do Espírito Santo). Este
cristianismo difundiu-se na Europa, inclusive na Lusitânia.
Como é sabido e
como já fiz referência, o cristianismo entrou no Egipto nos meados do século I
pela pregação de São Marcos, sendo os seus primeiros ouvintes e convertidos as
dirige o primeiro capítulo do seu Evangelho. No tempo do imperador Nero muitos
egípcios, contrariamente a gregos, converteram-se ao cristianismo como se pode
deduzir
De alguns escritos do Novo Testamento
encontrados em Bahnasa, no Egipto Médio, datados do ano 200 e também de um
fragmento do Evangelho de São João, escrito em língua copta e encontrado no
Egipto Superior e datado da primeira metade do século II[42].
Um outro
amuleto utilizado na mumificação era o “Prumo” ou “Nível” que era representado
desta forma:
O "Prumo
ou Nível", era, também, utilizado como amuleto e era, igualmente inserido
nas tumbas dos defuntos com o significado de “força que mantinha o equilíbrio
na vida do além. Este mesmo símbolo encontra-se também na pedra central do
calvário como já vimos no capítulo primeiro.
Concluindo,
podemos dizer que a figura desta pedra liga Lameiras a uma
tradição cultural egípcia, por exemplo ao Cristianismo Ariano. Como e porque
razão ali se encontra é caso para futura investigação.
[1] Chevalier-Gheerbrant, 1994, p. 43,
[2] 1994, p. 422s, na versão espanhola é a página 432s
[3] Um patrício, líder militar e político romano que teve
um papel crítico na transformação da República Romana no Império Romano.
[4] Ibidem, 675
[6] Chevalier, J, 1994, p. 788
[7] Virel, 1965, pp. 148, 181
[9] Loods, Israel,
p.432.
[10] Bertholet, Histoire,
pp. 151,382 ; MAX WEBER, Le Judaísme antique, p. 197.
[11] Gén. 11,24-27.
[12] Moisés Do Esp. Santo, Op.cit. p. 27.
[14] II Reis, 23,7.
[15] http://www.sacred-destinations.com/cyprus/paphos-sanctuary-of-aphrodite.htm.
Também se encontram bons exemplares nas moedas de Biblos, Tiro e Sidónia no
seguinte site: http://www.biblicalarchaeology.org.uk/pdf/ajba/02-3_001.pdf
[17] Moisés do Espírito Santo, 1988,, p. 237)
[18] Jorge Alarcão 1983, p.181-186
[19] Sobre a figura da “Moira”, cf. Moisés do Espírito
Santo (1988, p. 221-223), onde tem esta frase explicativa: “Essa figura
popular resulta de um sincretismo entre o conceito grego de Destino atribuído
às Moiras ou Parcas (que tecem o destino dos humanos), e que nos é dado a
conhecer pela via erudita, e a figura da Terra-Mãe provedora dos bens
agrícolas e guardiã de tesouros ancestrais. A Moira das rochas, fontes
(a de Lameiras?), árvores, velhas ruínas e igrejas
desafectadas confunde-se com Nossa Senhora que aparece nos mesmos
locais, às mesmas horas e às mesmas pessoas. A Moira, que se transforma em
“pedra de carregar a charrua”, e cujos tesouros são animais, arados ou panelas
de oiro que se encontram escavando com “relha do arado ou pata da ovelha”; que
oferece figos, castanhas vulgares que se transformarão em oiro caso a sua
vontade seja satisfeita, é um ente divino associado a Deus, talvez o seu
princípio feminino”.
Flávo Josefo, sob o efeito da
helenização da Palestina, emprega o termo Moira para exprimir a Schekinah de Yaveh, que residia no
Templo, sob o aspecto de uma claridade ou figura deslumbrante, equivalente ao
Espírito de Deus (Frederic Manns, Le
symbolisme eau-esprit, p. 148). Temos aqui um elemento importante para
identificar a Moira: para os Judeus, a Moira era o “princípio feminino de
Deus”. Em contacto com a mitologia grega, os Fenícios teriam associado o
conceito religioso da antiga Moira grega à Deusa Ishtar/Astarté a partir do que
esta tem de fecundante de pródigo, orgíaco e satânico. Sob a pressão
linguística, mística e religiosa dos Helenos, a Moira da aldeia é sucessora da
deusa-mãe fenícia; teria sido a deusa – Mãe local antes do evento de Nossa
Senhora”, (p. 222).
[20] Alarcão, J. Idem.
[21] Moisés Espírito Santo, 1988, p. 46
[22] Fortunato de Almeida, 1967, História da Igreja em
Portugal, , vol. I, p. 57).
[23] Pascoela, diminutivo de Páscoa, ou “Dominica
in Albis” é o domingo que vem oito dias depois do domingo de Páscoa.
[24]
Este rei que em hebraico se diz em אֲחַשְׁוֵרוֹשׁ, reinou
desde a Índia até à Etiópia. Este nome é aquele que é dado ao rei da Pérsia no
Livro de Ester. Embora seja identificado, por alguns autores, com Xerxes I da
Pérsia, a Versão grega do Livro de Ester refere-se-lhe como Artaxerxes e Flávius
Josephus diz que era este o nome por que era conhecido pelos Gregos.
[25] “Segundo certos autores, as Senhoras do Ó tiveram
origem nas Beiras e mais particularmente em Coimbra. Na catedral existiu uma
dessas imagens, chamada Nossa Senhora-a-Prenhada, “com a mão direita
sobre o puríssimo ventre que se vê avultado e crescido. Por esta imagem têm as
,mulheres de Coimbra muita devoção, a quem recorrem para pedir o bom sucesso
dos seus partos” (Moisés Espírito Santo,
Op. cit., p. 31, que atribui essa afirmação a Frei Agostinho, 1707, Santuário
Mariano e História das Imagens Milagrosas e das Milagrosas Aparecidas, em
Graças dos Pregadores e dos Devotos da Mesma Senhora Ano de 1707,( sete
tomos), IV, livro II, § 16.)
[26] Moisés do Espírito Santo, 1988, p 30
[27] “Aton” é o nome do Deus único, o Deus
Sol, que foi introduzido no Egipto pelo faraó Akenathon em
substituição do deus Aton, ficando o nome do Faraó a significa “servo” de
!Aton”..
[29] (Cf. Bruce-Mitford, Miranda (1996). O Livro
Ilustrado dos Signos e Símbolos – Milhares de signos e símbolos de todo o mundo.
Toledo: Artes Gráficas. Livros e Livros, p. 105. Na p. 75 fala-se do Pilar de
Osíris (djed) dizendo-se que “Este pilar egípcio representa a espinha
dorsal de Osíris e simboliza a estabilidade, tanto a do governo do faraó como a
dos céus, que o pilar suportava. A coluna vertebral, como suporte central do
corpo, é um símbolo do eixo do mundo”. Além disso, na página 105 mostra-se a junção
do pilar de Osíris com o Tau e com a forma oval da deusa Ísis. Na página 104 da
mesma obra, os triângulos apontados para cima representam o princípio
masculino; os triângulos virados para baixo são o princípio feminino.
Entrelaçam-se para mostrar a actividade criadora do Cosmos
[32] A palavra copta deriva do árabe Qubt,
corruptela do grego Aigyptios (egípcio).
[35] MIGNE
Gonzalez-wippler, El Libro Completo de los Amuletos y Talismanes,
Editorial Humanitas, p. 30-32.
[36] Ibidem, p. 23-24.
[37] Ibidem, p. 33-34.
[38] Ibidem, p. 24.
[42]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Ortodoxa_Copta
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