quinta-feira, 12 de setembro de 2013

PEDRA DO LADO DIREITO DO CALVÁRIO – A GRANDE MÃE




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1- Face frontal (A Grande-Mãe)

1.1- Identificação da pedra e das imagens

Esta pedra que serve de base à cruz do lado direito do calvário de Lameiras, Pinhel, tem o aspecto de um hexágono (seis lados), formado por três trapezóides simétricos, visto que cada trapezóide possui 2 lados de igual medida, mais ou menos. A altura das quatro faces é de 0, 60m, enquanto a largura das suas duas faces laterais é de 0, 60m e a largura das faces frontal e da retaguarda é de 0m,70m.
Cruz do lado direito do Calvário
Foto de 2001
Destas quatro faces, apenas duas (a da frente e a de trás), possuem imagens esculpidas. Se a da frente parece apresentar a imagem da “Pietà, a da retaguarda deixa transparecer uma imagem enigmática que nos parece transmitir a ideia do símbolo da vida egípcio.
Imagem da face frontal (Pietà)

Imagem da face da retaguarda (Ankah)
Fotos de 2001

1.2- Imagem da “Pietà”?

A gravura que se encontra nesta face constitui um baixo-relevo que apresenta uma senhora com:
  • Um filho nos braços, em estado adulto, dando a sensação de estar já morto, ou prestes a soltar o último suspiro;
  • Um segundo filho, no acto de nascer, lançando para o mundo, primeiramente as pernas. Parece querer dar a imagem de que a entrada no mundo ou o nascimento de uma criança se dá somente quando a cabeça desta sai do ventre materno. Esta acção, porém, parece estar impedida pelo corpo do filho anterior, ainda no regaço da sua mãe. Este deve ser retirado, primeiro, para que se dê o  nascimento completo do segundo.
  • Devido a esta imagem complexa, na qual se mistura a tristeza da morte com a alegria da continuidade da vida, poderemos considerar esta senhora como a figura da “Grande-Mãe”, sempre fecunda.

 2- Significação e simbologia da palavra e da figura de “Mãe”

2.2- Receptáculo da vida – primeira função da mãe

O simbolismo da palavra “Mãe” assemelha-se ao simbolismo das palavras “Mar” e “Terra” porque tento a palavra “Mãe” como as palavras “Mar” e “Terra” são “receptáculos e matrizes da vida”.
Por outro lado, além de “o mar e de a terra” serem símbolos do “corpo maternal”[1], considera-se que entre os vocábulos “mère” (mãe) e mer (mar) existe um clara homofonia na língua francesa, o mesmo parecendo existir entre as palavras catalãs mar (mãe) e mare (mar).

2.3- Fertilidade Inesgotável

A imagem da mulher, numa posição de sofrimento perante um filho morto e de alegria perante o nascimento de um novo filho, prestes a nascer, parece continuar a tradição das grandes deusas-mães da antiguidade que foram sempre veneradas como deusas da fertilidade e que tiveram o seu exemplar primordial em Gea (Gaia ou – a Terra), considerada pelos Gregos como a esposa de Urano (o Céu) e a mãe dos Titãs e dos Ciclopes. Uma mãe cujo poder de reprodução se tornaria proverbial.
A própria natureza (com a repetição dos seus ciclos anuais: sementeira, nascimento, crescimento, amadurecimento, colheita, queda da folha e morte definitiva da planta) parece ser simbolizada na morte e nascimento dos filhos da “Grande Mãe”. Morreu um filho porque terminou o seu ciclo vital, mas, em seu lugar, a mãe está em vias de dar à luz um outro para que a vida continue, ininterruptamente. Esta é, afinal, a função primordial da mãe.
Correlativamente ao homofonismo de “mère” e “mer” em francês ou “mãe” e “mar” em catalão e português, existe, uma grande ambivalência entre “mãe” e “terra” em ambas as línguas, pois que se “nascer” é “sair do ventre materno”, o “morrer” é “regressar ao seio da terra”. De modo semelhante, tal paralelismo se verifica relativamente às palavras “mãe” e “mar”, enquanto também o “mar” (ou “mère”, em francês), segundo as grandes mitologias mesopotâmica, egípcia e semita, consideram que foi do mar que surgiu a vida, na figura de Mamut, a Primeira Mãe.
A MÃE é um misto de opostos: se, por um lado, ela dá ao filho vida, segurança, alimento, abrigo, calor e ternura, por outro lado ela pode representar, não apenas o risco de opressão devido à estreiteza do meio em que foi gerado, mas também o desejo exacerbado de um prolongamento excessivo da função de alimentadora e de guia, como é simbolizado pela figura mitológica da Geradora (“Génitrix”) que devora o futuro Gerador (“Génitor”). Ela, de geradora e generosa, pode perfeitamente transfigurar-se, em raptora e castradora como o descreve o mito de Gaia que manda castrar o deus Crono.
A ideia de fertilidade feminina foi personificada sempre nas mitologias antigas por uma Mãe divinizada, cujos nomes foram variando conforme as civilizações, os tempos e as sensibilidades humanas que quiseram dedicar-lhe a sua reflexão pessoal. Assim, por exemplo:
·      Os Egípcios e várias religiões helenistas atribuíram-lhe o epíteto de Ísis, considerando-a, não só a deusa do casamento e da família, mas também a querida irmã e esposa de Osíris de cuja união foi gerado um filho a quem deram o nome de Horus;
·      Os Assírios, Babilónicos e o Iberos deram-lhe o nome de Ishtar, nome que os Fenícios, Cananeus, Israelitas e Judeus transformaram em Astarte (cf. IV Reis, 23,7);
·      Os Hindus preferiram dar-lhe o nome de Kali ou Kālikā, que foi, primeiramente, considerada como a deusa do tempo e da mudança, mas que, actualmente, preferem concebê-la como a deusa-mãe benevolente (pelo menos entre vários grupos Hindus).
·      Os Gregos, por seu lado, deram-lhe vários nomes como: o de Rea (sendo considerada esposa de Cronos/Tempo; o de Hera (a deusa do casamento e esposa de Zeus); o de Deméter (também chamada Gaia ou Gê - a TERRA -).
·      Os Romanos viriam, mais tarde, para transformarem essa Deméter grega, em Ceres, para ser considerada a Deusa Agrária e personificar a Terra.
Se entre os cananeus, Ba’al era considerado e adorado como sendo o deus da fertilidade e das tempestades, entre os Israelitas, e segundo o Livro do Génesis (Gn 18, 1-15), o grande procriador ou criador do universo e da humanidade foi somente Iavé, procriação esta que foi comparada à procriação no ventre de uma mulher.
É, pois, a Iavé atribuida a força criadora que se encontra, quer nos seres humanos, quer em todos os outros seres da natureza. Assim, logo na primeira vez que se descreve Abraão a falar com Iavé, se considera que Ele lhe transmite o dom da fecundidade de maneira a que possa ser o verdadeiro pai de muitas gentes.
A própria aliança consolidada entre Deus e Abraão é comparada a uma aliança matrimonial, em ordem à fecundação e, ao longo do Antigo Testamento, Iavé é apresentado como um deus zeloso e quase ciumento, sendo o culto prestado a outros deuses considerado um adultério e uma traição.
Israel é considerado como a esposa de Iavé que Este ama compulsivamente, mesmo depois das várias infidelidades que ela cometeu contra Ele.
A partir do século segundo da era cristã, tornou-se comum entre os Judeus, considerarem o amor de Deus por Israel, como o amor que existe entre o homem e a sua esposa.
Verso 1: Louvai ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos.
Verso 2: Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.
Verso 3: Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.
Verso 4: Porque o SENHOR se agrada do seu povo; ornará os mansos com a salvação.

2.5- Fertilidade no mundo cristão

No cristianismo deu-se uma grande mudança. A mãe é a Igreja. Esta é concebida como a fonte donde os cristãos auferem a vida da graça, porém onde podem também auferir, pelas deformações humanas, uma tirania mental abusiva.
A mãe divina simboliza, por outro lado, a sublimação mais perfeita do instinto e a harmonia mais profunda do amor. A mãe que concebeu Jesus é uma Virgem, mas uma virgem que só  “concebeu por obra e graça do Espírito Santo”.
Por meio dos Dogmas, a Igreja Católica declara uma realidade histórica e não apenas um símbolo. Esse facto tem um significado muito grande, pois que, segundo o dogma do nascimento virginal de Jesus, se deduz que a virgindade não exclui uma maternidade muito real e que Deus pode fecundar a criatura independentemente das leis naturais. Por outro lado este mesmo dogma realça outra realidade histórica que é aquela que considera Jesus como um verdadeiro homem, pelo facto de ter nascido de uma mulher (pertencente ao género humano) e verdadeiro Deus, porquanto foi concebido no seio de Maria, por “obra e graça do Espírito Santo”, terceira pessoa da Santíssima Trindade.
Deste mesmo dogma se deduz que Maria é filha e, também, mãe do seu próprio filho: filha enquanto Jesus Cristo é Deus e seu Criador; mãe do seu Deus enquanto Jesus é Deus homem que nela encarnou. Por isso ela foi chamada Θεοτόκος (Theotókos) nos concílios dos primeiros séculos da Igreja, mas não sem grandes discussões.
Comparando esta teologia católica com a teologia Hindu, vê-se que não existe nada de comum entre elas sob este aspecto da concepção e maternidade da mãe divina. No cristianismo a concepção e nascimento de Jesus fundam-se numa verdade histórica, o que não acontece na teologia hindu onde a noção de “maternidade divina” procede de uma “síntese de mitologia, teologia, filosofia e metafísica”.
Alem do mais, os quatro aspectos da noção de mãe divina na arte hindu são representados por símbolos que não existem na noção católica. Por exemplo:
  • O símbolo Kali... na arte indiana, Kali com a língua de fora, ensanguentada, que baila sobre um cadáver. Como pode simbolizar a mãe divina? “Nesse símbolo do Terrível, explica Swami Siddhementncia, nós não veneramos a violência, nem a destruição, mas colhemos, numa visão sinóptica de modalidade única os três movimentos projectados que formam a criação, a conservação, a destruição. Estes são os diferentes aspectos da experiência única da vida. A mãe divina é assim a força vital, universal que se manifesta, e esta força é o princípio espiritual expresso em forma feminina”;
  • Segundo Chevalier[2] “Há ainda outros três aspectos com outros símbolos distintos de Kali:
o       Durga, Laksmi,
o       Sarasvati,
o       Ganesh, etc..
  • E explica, como esses três aspectos funcionam na simbólica hindu, dizendo: “Todos supõem um pensamento cosmocêntrico, que tende a incluir numa mesma visão microcósmica e macrocósmica, o atómico e o global. A mãe divina é como a série contínua que ata e sustém o universo Prakriti e Maya, unidade de tudo o que está manifestado, seja qual for o seu nível de existência, desde a simples aparência até à pura ilusão. É a consciência da manifestação do EU de Shiva manifestado na infinidade das aparências, nessas centelhas de poder energético que são os seres da matéria precipitada e de fugitivas centelhas”.
Entre os Celtas, a deusa-mãe primordial é chamada Dana que é a Mãe dos deuses (Tuathha De Danann, tribo da deusa Dana) e corresponde simetricamente a Elatha (Ciência). Também é conhecida pelo nome de Ana que pode entender-se como um nome do primeiro nome De Danann, dando De+Ana. É muito possível que este nome tenha algo a ver com o nome da deusa latina Diana e com a santa cristã Santa Ana que é a mãe da Virgem Maria.
Na Gália, a darmos crédito a Júlio César[3], existia somente uma deusa, Minerva, ao lado de quatro grandes deuses masculinos: Mercúrio, Apolo, Marte, Júpiter. Essa Minerva era chamada Brigantia, na toponímia gaulesa ou Brigit, na toponímia Irlandesa[4].
No Egipto o poder da procriação era associado à vegetação e ao mundo do além, na figura de Osíris, considerado, no princípio, um deus agrário, sendo considerado com poder inesgotável, à semelhança da vegetação. Só mais tarde é que foi identificado com o SOL que na sua fase nocturna simboliza a continuidade dos nascimentos e renascimentos.
Osíris, actividade vital universal, na forma visível de um deus “desce ao mundo dos mortos” para lhes transmitir o dom da regeneração e, inclusive, a ressurreição na “glória osírica”. Esta transformação só é possível porque, segundo a teologia egípcia antiga, “todo o morto justificado é um germe de vida nas profundidades do cosmo como um grão de trigo no seio da terra”[5].
Este deus chega a ser concebido como um deus cultivador, mas, devido a invejas, foi perseguido por um seu irmão, Seth que, auxiliado por outros, também invejosos e inimigos, o matam e lançam ao Nilo dentro de um caixão para que se corpo desapareça para sempre. Mas a sua irmã ÍSIS, auxiliada pela deusa NEPHTIS, depois de o procurarem e encontrarem todo mutilado, ressuscita-o.
Esta faceta da religião egípcia apresenta o drama da morte que aflige a humanidade, amenizado com o triunfo, pelo menos periódico, sobre essa terrível realidade, tendo levado muitas religiões mistéricas a introduzir nas suas doutrinas respectivas, o tema do deus morto e ressuscitado.
Chevalier[6], refere que, segundo André Virel[7], “no mito de Osíris se encontram três fases da individuação psíquica”, a saber:
  • Osíris no cofre simboliza a integração do Eu, enquanto o cofre delimita a individualidade e representa o aspecto fixador e separador da individuação;
  • Osíris mutilado representa a dissociação e a desintegração;
  • Osíris reconstituído e dotado de alma eterna simboliza a reintegração numa forma mais elevada, porquanto inclui a significação espiritual.
  • Esta é a última fase de síntese que caracteriza uma pessoa. Por meio dela atinge-se o pico da evolução.

3- Antecedentes da Imagem e do Culto Prestado à Mãe de Jesus

A religião cristã tem os seus fundamentos na religião hebraica que, por sua vez, se encontra intimamente relacionada com as religiões de Canaã, Fenícia e Egipto.
Em primeiro lugar, devemos considerar os lugares antigos de culto, que, em princípio, não eram construções ou edifícios arquitectónicos como os que se usaram mais tarde, mas sim, na opinião do professor Moisés do Espírito Santo[8], terreiros assinalados com pedras”, sendo os objectos de culto “bétilos, esteios erguidos …, estelas e as próprias árvores”.
O mesmo autor avança, dizendo que tais objectos de culto poderiam ser inclusivamente “bonecas de tecido ou de estopa” parecidas com aquelas que, ainda hoje, são “confeccionadas pelas mulheres de Monsanto” e que denominam “Matrafonas”. Pensa ele, também, que o facto de na Bíblia hebraica se proibir o uso de imagens para expressar a divindade foi uma das consequências da ausência de imagens nesses tempos longínquos como representativas da divindade, o que, na verdade, aconteceu numa primeira fase das religiões primitivas.

3.1- Existência de imagens em Israel

Tal proibição do uso de imagens que vigorou até ao século IX a. C, referia-se sobretudo aos ídolos de metal precioso (prata ou ouro), mas não às estátuas de pedra ou de madeira[9]. Na verdade, o mesmo professor diz que:
Havia, no entanto, outro tipo de representações, por exemplo, objectos religiosos que acompanhavam o morto à sepultura e que os arqueólogos encontram com muita abundância; eram do culto privado, equivalente a medalhas de hoje, talvez génios de protecção pessoal e doméstica. Segundo certos dados, os Hebreus e os Fenícios suspendiam esses objectos religiosos pessoais e domésticos sobre as ombreiras das portas[10], como hoje se fixam perto da porta azulejos representando o santo homónimo que equivale ao “santo antepassado”; tanto podiam ser em metal precioso[11], como em materiais correntes[12].
Tais objectos tinham, entre os hebreus, o nome de terapim (plural de terah ou tareh) que eram tidos como oriundos da religião Cananeia e inventados, segundo se pensava, pelo seu antepassado Tarec ou Taréh, daí o nome de “tarecos”, isto é, objectos pessoais.
A deusa Astarte era representada por um simples cone. A partir de uma representação do templo de Pafos numa moeda cipriota do reinado de Septímio Severo podemos ver o o emblema daesta deusa que era o cipó. Além disso, por ocasião da visita do imperador Titus ao templo de Paphos, Tácito descreve essa imagem, desta forma:
“O ídolo da deusa não tem forma humana: é uma coluna redonda cuja base é mais larga em baixo do que em cima, à maneira de um cone; desconhece-se a razão disso”[13] .
Esta divindade, conhecida por Astarte (que, em grego se dizia Αστάρτη e, em hebraico, se dizia עשתרת), pertencia ao panteão fenício, mas, na tradição hebraica, era conhecida por deusa dos Sidónios (I Reis 11:2), como já foi dito anteriormente.
Algumas dessas imagens eram também vestidas. A Bíblia refere que o rei Josias, reformador da Lei e do culto, demoliu a casa das prostitutas sagradas que estavam no templo de Iavé e onde as mulheres teciam véus, ou telas, para Ashera[14]. Tratava-se, pois de representações vestidas (dessa deusa, representada pelo cone) que seriam ex-votos para venda aos peregrinos, imagens domésticas que estes compravam, ou as imagens de Astarte existentes no próprio templo?
Exemplares semelhantes foram encontrados no Santuário de Afrodite, em Chipre, mas, aqui, as imagens do cone dentro do seu santuário estão gravadas numa série de moedas, o que lhe dá um relevo maior, visto o culto da deusa se perpetuar de maneira política, monetária e comercial. 

Moedas cm cone de Astarte
Todas estas moedas estão esculpidas em moedas do tempo do imperador Caracala (198-217 d.C.) e apresentam o cone da deusa Afrodite no seu Templo em Palea Pafos[15].
Talvez tenha sido devido à primitiva forma cónica representativa da deusa Astarte que as representações antropomórficas das divindades femininas passaram a tomar uma forma também cónica, como, aliás, se denotam normalmente em todas as representações posteriores.
Ora, passar daqui à representação cónica das “Senhoras” cristãs, foi fácil. Hoje, quase todas as imagens de Nossa Senhora, mãe de Jesus, têm a forma cónica.
Relativamente às imagens que apresentam a Mãe com um menino nos braços, como se encontra na imagem de Ísis e Horus, Moisés do Espírito Santo[16] vai mais longe e considera que, às vezes, essa Mãe, não só tem um filho morto nos braços, como espera o nascimento de um segundo, apresentando essa imagem de contraste (morte e vida) e de continuidade (morte nascimento) como o símbolo da continuidade da vida através da procriação constante da Grande-Mãe. Na morte do primeiro filho varão sente-se a morte não apenas de um filho mas também de um marido com o qual engendra a vida.
Referindo-se ao culto que os Iberos prestavam aos deuses romanos, o mesmo autor[17] que cita Jorge Alarcão[18] considera que nunca tiveram em grande conta os deuses imperiais, mas que, pelo contrário, mostraram grande “preferência” pela mística oriental e cultos matriarcais”, sendo as divindades orientais mais adoradas no Portugal romano “Mitra, Cibele, Némesis, Ísis e Serapis”.
Embora o culto de Mitra não tivesse grande extensão, ele era adorado, sobretudo, pelos soldados. A comprovar o culto a Mitra, foram encontradas algumas Inscrições mitraicas em Olisipo, Pax Julia e Troia.
Por sua vez, o culto prestado a Cibelescontinua Alarcão,
 – “ está atestado em Ossonoba, Olisipo, Aquae Flaviae, Marco de Canavezes, nos arredores de Pax Julia e em Estremoz [....]. Ao todo, conhecem-se 16 inscrições hispânicas dedicadas a Cibele, pertencendo sete ao território que, hoje, constitui Portugal. Numa inscrição de Olisipo, datada de 108 d. C., a deusa é chamada Mater Deum Magna Idaea Phrygia, Grande Mãe dos deuses, Ideia e Frígia. O nome de Ideia vinha-lhe do Monte Ida, na Frígia, onde tinha um santuário afamado. Nas outras inscrições portuguesas é designada simplesmente por Mater Deum ou Deum Mater [...].  O colégio dos sacerdotes de Cibele era presidido por um Archigallus, que também não surge nas inscrições portuguesas [...].
O culto de Némesis está documentado em Portugal apenas em Évora (Ebora), onde havia uma associação de fiéis desta deusa, denominada Amici Nemesiaci. A associação de Ebora tinha entre as suas funções, a de dar sepultura aos seus membros.A deusa Ísis, de origem egípcia tem o seu culto documentado em Bracara, Salacia, Outeiro Jusão (perto de Aquae, Vale do Vinagre (Baleizão) e em lugar indeterminado do Algarve. [...]”.
Segundo o mesmo Alarcão, o culto ao deus Serápis parece estar documentado em Conimbriga por meio de um pé de mármore votivo, enquanto em Pax Julia parece ter sido adorado num templo próprio. O monumento, porém, mais notável ao culto de Serapis, em Portugal, é o santuário rupestre de Panóias (perto de Vila Real).
Este templo foi, no entanto, consagrado simultaneamente a várias outras divindades, como se deduz da dedicatória que alguém com nome greco-romano escreveu: “ ao Altíssimo Serapis, à Moira[19] e aos Mistérios, Gneu Gaio Calpurnio Rufino consagra este monumento[20].

3.2- Culto Manriano Judeo-secreto


Não admira que o Cristianismo tenha assimilado, não só a religião popular pré-romana de toda a bacia mediterrânica, como também parte dos cultos hebraicos a partir do século VII d.C., ou seja, a partir da época em que os Godos não movimentaram apenas perseguições contra os Judeus, mas praticaram também expulsões e conversões compulsivas, ideia, aliás, que Moisés Espírito Santo[21] sustenta, seguindo Fortunato de Almeida, na sua História da Igreja em Portugal[22]. Assim os cultos, quer romanos, quer asiáticos foram assimilados dentro do cristianismo, principalmente rural. Assim os ritos populares asiáticos, entre os quais estava o culto a Astarté.

Antes da redacção do Deuteronómio que é um dos cinco livros da Lei, redigido entre os anos 639 e 608 (a. C.), o povo hebreu, como todos os povos do Mediterrâneo, venerava uma deusa-mãe, que em Canaã se chamava Astarté que era a variante da babilónica Ishtar.

As “Nossas Senhoras” portuguesas, denominadas “da Guia”, padroeiras dos viajantes e dos emigrantes, comungam também, muito possivelmente, desta natureza astral, tanto mais que o astro Vénus se diz, em linguagem popular, Estrela-guia ou Estrela da Manhã (ou da Tarde) por anunciarem o dia ou a noite.

As festas que têm lugar na Páscoa ou no domingo da Pascoela[23], em honra da Senhora dos Prazeres ou de outros títulos, são ou foram festas cripto-judaicas, substitutivas da celebração da Páscoa e dos Ázimos judaicos, por um lado, e, por outro, associadas à Rainha Ester, uma filha judia, órfã e sobrinha do funcionário real, Marduqueu, se tornou posteriormente esposa do rei persa, Assuero[24] e libertadora do Povo Judeu.

3.3- “Senhoras do Ó”

 Nas Beiras, (sobretudo) existem belas imagens do fim da Idade Média chamadas Senhoras do Ó, ora grávidas ora com um menino. Os citadinos e o clero em geral, não iniciados nestas simbólicas, entendem que as “Senhoras do Ó[25] são apenas as grávidas porque “chamam” pelo filho, enquanto os seus fiéis entendem que as Senhoras do Ó pode ter outras formas: “ter um menino nos braços e estar grávida de um outro porque pode ter tido vários filhos” (assim nos dizem frequentemente), ou pode não estar grávida. O nome popular da Senhora vem dessa expressão de chamamento. A Senhora rural, mais topónimo do que personagem, é a mãe do clã ou da comunidade”[26].

4- Face anterior (Ankh)

4.1- Identificação e descrição da figura

Esta face apresenta uma única imagem e é a parte oposta à figura da Grande-Mãe.
Ankah

Calvário de Lameiras, destacando-se a  face anterior da pedra do lado direito

À primeira vista, essa imagem dá a sensação de representar:
  1. Uma figura humana, de braços abertos, um pouco descaídos, com um capuz a cobrir-lhe a cabeça, dando a impressão, à primeira vista, tratar-se da representação de um monge ou de um peregrino.
Mas, também, poderá ser:
  1. Um TAU grego, símbolo do bordão dos Peregrinos, ou, possivelmente, o símbolo da Ordem Hospitalar de Santo Antão (ou Santo António do Egipto).

Salvo outra melhor opinião, suponho que esta última figura apresenta um símbolo de origem egípcia, enquanto o primeiro (um monge ou um peregrino) poderá ter alguma relação com os dois últimos, visto haver uma certa ligação entre o ser monge e o ser peregrino com o Egipto, pois foi neste país que, primeiro, surgiu o monaquismo cristão, sendo os seus fundadores Santo Antão (António), Paulo e o seu discípulo, Macário[28].

Ou o TAU do Deus ATON[27] e que se chamava (e se chama, ainda hoje) também CRUZ ANSATA ou ANKH e que constitui um símbolo egípcio antigo que teve a sua origem na combinação da cruz TAU (do deus OSÍRIS) com a forma OIVAL (da deusa ISIS), passando a significar a VIDA e de cuja junção deu a seguinte forma:

4.2 – Simbologia e significação da Figura (ANKH).

O ANKH teve a sua origem num instrumento que era utilizado, entre os Sumérios e Egípcios, para cortar o cordão umbilical ao recém-nascido; daqui passou a significar/simbolizar a vida, pois que era através desse instrumento que se iniciava uma nova vida independente. Na verdade, enquanto esse cordão não fosse cortada, o bebé encontrava-se somaticamente dependente da mãe, a fazer parte dela. Mais tarde, no Egipto, passou a simbolizar o deus Aton (deus Sol, deus da vida).
O princípio vital e a própria vida eterna, representada por meio desse signo reaparece nos túmulos das Pirâmides Egípcias, por exemplo no túmulo de Akhenaton e foi adoptado, mais tarde, pela Igreja Copta Cristã do Egipto[29], que o propagou no Ocidente, sob formas diferentes e artísticas, como estas que, aqui, apresentamos para ilustração:
Diversas apresentações do Ankh[30]
 


Daqui, poderão ter origem algumas insígnias religiosas cristãs, como por exemplo, as cruzes utilizadas por alguns papas, cardeais, bispos, etc, como se pode verificar, pelo exemplo que, aqui, se segue:
Cruz de cariz cristão[31]
Se, até ao século III (d. C.), pelo menos, o Egipto permaneceu fiel às suas antigas crenças religiosas, a partir da sua conversão ao Cristianismo (que segundo a tradição entrou neste território logo no século I pela pregação do apóstolo São Marcos) criou uma arte cristã copta sui generis[32], sobretudo entre os monges de Tebaida (ou Alto Egipto que se estende desde a cidade de Tebas até à primeira catarata do Nilo). Através dos monges procedeu-se, então, a uma conciliação entre os temas da antiga religião egípcia faraónica e os temas cristãos. Entre outros temas egípcios está, por exemplo, o tema do antigo hieróglifo ANKH (chamado também Tyé/Tié ou Cruz Ansata ou Chave) que, por significar “Vida” e se parecer com a Cruz de Cristo, passou a ser utilizado para significar pura e simplesmente a Cruz de Cristo[33].
Perante estas figuras, à primeira vista enigmáticas, que atitude se deverá tomar? Normalmente, tudo o que é esculpido, escrito ou desenhado serve de celebração e ou de memória ou testemunho de actos, eventos e crenças que tiveram lugar num determinado tempo, longo ou não, dentro de uma comunidade humana. Rolando Barthes diz, e com razão, que toda a imagem, gravura ou fotografia refere-se a algo. Conhecer, pois, esse referente (...) é reatar duas culturas: a perdida e agora reencontrada e a que contribui para essa reabilitação[34].
Baseados nesta afirmação, será que poderemos descortinar alguma coisa daquilo que essa pedra do calvário de Lameiras terá para nos contar? Eis uma questão que me intrigou e que me convidou, não apenas a investigar o significado desta figura, como também o das outras figuras e o passado de Lameiras com elas relacionado.
O ANKH, por ser um símbolo da vida e de fertilidade, já que, originariamente, representava os órgãos genitais (masculino e feminino) era usado pelos antigos egípcios como amuleto tremendamente poderoso. Supunham os egípcios, igualmente, que, a quem o usasse e fosse caridoso, os deuses outorgariam uma vida feliz durante cem mil milhões de anos” após a morte, como no-lo confirma Migne Gonzalez-Wippler[35].
Ora, segundo este mesmo autor “Quando no século primeiro, os egípcios se converteram ao cristianismo, mantiveram o ANKH como símbolo religioso, costumando aparecer nas tumbas daquele período, junto à cruz cristã. Os antigos egípcios fabricavam o ANKH de materiais vários: cera, madeira, metais e pedras de cores diferentes. O ANKH estava estreitamente relacionado com os órgãos sexuais e era símbolo da vida ainda que ninguém conheça o seu verdadeiro significado”[36].
Na própria mumificação dos corpos utilizavam-se dois amuletos para que estes protegessem as pessoas que tinham sido embalsamadas e já tinham partido para os “campos dos caniços”, ou seja, para os campos da felicidade.
 De facto, todos os deuses criaram seus próprios amuletos, como concentração e representação de seus poderes[37]. Os hebreus tinham, também, um costume idêntico, trazendo ao pescoço a letra hebreia Heth (ח), letra que representava a vida. O significado cabalístico desta letra é “recinto”, tornando-se, por conseguinte, uma descrição adequada do útero materno e dos seus poderes vivificadores”[38].
Um desses amuletos, usado pelos egípcios era, precisamente, o Ankah (ou “Laço de Ísis”, também chamado “tyet” ou ”tiet” cujo hieroglífico tinha, precisamente, a mesma configuração, como poderemos ver pela imagem que, a seguir, apresentamos.

 

Tyet ou Laço de Isis


Tyet[39]
"Laço de Ísis" amuleto para proteger o corpo[40]

"tyet"
Nó de Ísis em hieroglifos é
V39



Pedra do Santo de Lameiras[41]
Se repararmos bem, verificamos que, entre a figura conhecida por “laço de Ísis” (deusa e esposa do deus Osíris do Egipto) ou Ankah e aquela que se encontra na Pedra do “Santo” de Lameiras, existe uma grande semelhança. À primeira vista, a parte superior pode induzir-nos a ver nela uma cabeça envolta num capuz; braços descaídos; um corpo único sem tronco a ser separado dos membros inferiores e o todo do corpo com forma de túnica ou vestido.
Pois, essa figura da pedra de Lameiras, é, muito provavelmente, o Ankh cristão copta, proveniente do cristianismo do Egipto que se propagou na Europa, através do cristianismo sob a heresia de Ario, dando azo ao Arianismo (Séc. IV) que foi condenado solenemente no ano 325 pelo Primeiro Concílio de Niceia (o qual definiu a divindade de Cristo) e no ano 381 pelo Primeiro Concílio de Constantinopla (o qual definiu a divindade do Espírito Santo). Este cristianismo difundiu-se na Europa, inclusive na Lusitânia. 
Como é sabido e como já fiz referência, o cristianismo entrou no Egipto nos meados do século I pela pregação de São Marcos, sendo os seus primeiros ouvintes e convertidos as dirige o primeiro capítulo do seu Evangelho. No tempo do imperador Nero muitos egípcios, contrariamente a gregos, converteram-se ao cristianismo como se pode deduzir
 De alguns escritos do Novo Testamento encontrados em Bahnasa, no Egipto Médio, datados do ano 200 e também de um fragmento do Evangelho de São João, escrito em língua copta e encontrado no Egipto Superior e datado da primeira metade do século II[42].
Um outro amuleto utilizado na mumificação era o “Prumo” ou “Nível” que era representado desta forma:
Prumo ou Nível, usado como amuleto[43]
 
O "Prumo ou Nível", era, também, utilizado como amuleto e era, igualmente inserido nas tumbas dos defuntos com o significado de “força que mantinha o equilíbrio na vida do além. Este mesmo símbolo encontra-se também na pedra central do calvário como já vimos no capítulo primeiro.
Concluindo, podemos dizer que a figura desta pedra liga Lameiras a uma tradição cultural egípcia, por exemplo ao Cristianismo Ariano. Como e porque razão ali se encontra é caso para futura investigação.



[1] Chevalier-Gheerbrant, 1994, p. 43,
[2] 1994, p. 422s, na versão espanhola é a página 432s
[3] Um patrício, líder militar e político romano que teve um papel crítico na transformação da República Romana no Império Romano.
[4] Ibidem, 675
[5] Champdor, 1963, p.17 
[6] Chevalier, J, 1994, p. 788
[7] Virel, 1965, pp. 148, 181
[8] Moisés do Espírito Santo, 1988, p. 27
[9] Loods, Israel, p.432.
[10] Bertholet, Histoire, pp. 151,382 ; MAX WEBER, Le Judaísme antique, p. 197.
[11] Gén. 11,24-27.
[12] Moisés Do Esp. Santo, Op.cit. p. 27.
[13] Vigouroux, Dictionnaire de la Bible, art. « Ashera ».
[14] II Reis, 23,7.
[15] http://www.sacred-destinations.com/cyprus/paphos-sanctuary-of-aphrodite.htm. Também se encontram bons exemplares nas moedas de Biblos, Tiro e Sidónia no seguinte site: http://www.biblicalarchaeology.org.uk/pdf/ajba/02-3_001.pdf
[16] 1988, p. 27)
[17] Moisés do Espírito Santo, 1988,, p. 237)
[18] Jorge Alarcão 1983, p.181-186
[19] Sobre a figura da “Moira”, cf. Moisés do Espírito Santo (1988, p. 221-223), onde tem esta frase explicativa: “Essa figura popular resulta de um sincretismo entre o conceito grego de Destino atribuído às Moiras ou Parcas (que tecem o destino dos humanos), e que nos é dado a conhecer pela via erudita, e a figura da Terra-Mãe provedora dos bens agrícolas e guardiã de tesouros ancestrais. A Moira das rochas, fontes (a de Lameiras?), árvores, velhas ruínas e igrejas desafectadas confunde-se com Nossa Senhora que aparece nos mesmos locais, às mesmas horas e às mesmas pessoas. A Moira, que se transforma em “pedra de carregar a charrua”, e cujos tesouros são animais, arados ou panelas de oiro que se encontram escavando com “relha do arado ou pata da ovelha”; que oferece figos, castanhas vulgares que se transformarão em oiro caso a sua vontade seja satisfeita, é um ente divino associado a Deus, talvez o seu princípio feminino”.
Flávo Josefo, sob o efeito da helenização da Palestina, emprega o termo Moira para exprimir a Schekinah de Yaveh, que residia no Templo, sob o aspecto de uma claridade ou figura deslumbrante, equivalente ao Espírito de Deus (Frederic  Manns, Le symbolisme eau-esprit, p. 148). Temos aqui um elemento importante para identificar a Moira: para os Judeus, a Moira era o “princípio feminino de Deus”. Em contacto com a mitologia grega, os Fenícios teriam associado o conceito religioso da antiga Moira grega à Deusa Ishtar/Astarté a partir do que esta tem de fecundante de pródigo, orgíaco e satânico. Sob a pressão linguística, mística e religiosa dos Helenos, a Moira da aldeia é sucessora da deusa-mãe fenícia; teria sido a deusa – Mãe local antes do evento de Nossa Senhora”, (p. 222).
[20] Alarcão, J. Idem.
[21] Moisés Espírito Santo, 1988, p. 46
[22] Fortunato de Almeida, 1967, História da Igreja em Portugal, , vol. I, p. 57).
[23] Pascoela, diminutivo de Páscoa, ou “Dominica in Albis” é o domingo que vem oito dias depois do domingo de Páscoa.
[24] Este rei que em hebraico se diz em אֲחַשְׁוֵרוֹשׁ, reinou desde a Índia até à Etiópia. Este nome é aquele que é dado ao rei da Pérsia no Livro de Ester. Embora seja identificado, por alguns autores, com Xerxes I da Pérsia, a Versão grega do Livro de Ester refere-se-lhe como Artaxerxes e Flávius Josephus diz que era este o nome por que era conhecido pelos Gregos.
[25] “Segundo certos autores, as Senhoras do Ó tiveram origem nas Beiras e mais particularmente em Coimbra. Na catedral existiu uma dessas imagens, chamada Nossa Senhora-a-Prenhada, “com a mão direita sobre o puríssimo ventre que se vê avultado e crescido. Por esta imagem têm as ,mulheres de Coimbra muita devoção, a quem recorrem para pedir o bom sucesso dos seus partos”  (Moisés Espírito Santo, Op. cit., p. 31, que atribui essa afirmação a Frei Agostinho, 1707, Santuário Mariano e História das Imagens Milagrosas e das Milagrosas Aparecidas, em Graças dos Pregadores e dos Devotos da Mesma Senhora Ano de 1707,( sete tomos), IV, livro II, § 16.)
[26] Moisés do Espírito Santo, 1988, p 30
[27]Aton” é o nome do Deus único, o Deus Sol, que foi introduzido no Egipto pelo faraó Akenathon em substituição do deus Aton, ficando o nome do Faraó a significa “servo” de !Aton”..
[29] (Cf. Bruce-Mitford, Miranda (1996). O Livro Ilustrado dos Signos e Símbolos – Milhares de signos e símbolos de todo o mundo. Toledo: Artes Gráficas. Livros e Livros, p. 105. Na p. 75 fala-se do Pilar de Osíris (djed) dizendo-se que “Este pilar egípcio representa a espinha dorsal de Osíris e simboliza a estabilidade, tanto a do governo do faraó como a dos céus, que o pilar suportava. A coluna vertebral, como suporte central do corpo, é um símbolo do eixo do mundo”. Além disso, na página 105 mostra-se a junção do pilar de Osíris com o Tau e com a forma oval da deusa Ísis. Na página 104 da mesma obra, os triângulos apontados para cima representam o princípio masculino; os triângulos virados para baixo são o princípio feminino. Entrelaçam-se para mostrar a actividade criadora do Cosmos
[32] A palavra copta deriva do árabe Qubt, corruptela do grego Aigyptios (egípcio).
[34] Câmara Clara, ed. 70 , p. 20.
[35] MIGNE Gonzalez-wippler, El Libro Completo de los Amuletos y Talismanes, Editorial Humanitas, p. 30-32.
[36] Ibidem, p. 23-24.
[37] Ibidem, p. 33-34.
[38] Ibidem, p. 24.
[41] Foto de J. C. Matias
[42] http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Ortodoxa_Copta

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